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Ibovespa deve avançar até 65 mil pontos no fim de 2012

Dos 30 analistas consultados, 23 deles fizeram prognósticos para o índice no encerramento do primeiro semestre de 2013, apontando para 70 mil pontos


	Operadores no pregão eletrônico da Bovespa
 (Germano Lüders/EXAME)

Operadores no pregão eletrônico da Bovespa (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 10h28.

São Paulo - A Bovespa deve continuar a subir nos próximos meses, apoiada no retorno de estrangeiros para o mercado local, num cenário de maior liquidez global e diante das medidas do governo brasileiro para estimular a retomada da economia, revelou uma pesquisa da Reuters.

O Ibovespa deve subir 7,4 por cento até o fim de 2012, para 65 mil pontos, segundo a mediana das estimativas de 30 analistas.

A pesquisa anterior da Reuters, feita em junho, indicava que o Ibovespa chegaria aos 66 mil pontos no fim deste ano.

Dos 30 analistas consultados, 23 deles fizeram prognósticos para o índice no encerramento do primeiro semestre de 2013, apontando para 70 mil pontos --alta de 15,7 por cento sobre o patamar atual.

Os ganhos do principal índice da bolsa paulista devem continuar a ser impulsionados por investidores estrangeiros, que ajudaram o Ibovespa a subir 11,3 por cento no terceiro trimestre, até dia 25, depois do anúncio de fortes estímulos monetários nos Estados Unidos e da atuação do Banco Central Europeu (BCE) para conter a crise da região, além de um pacote de investimentos em infraestrutura lançado pela China.

"Embora a economia (brasileira) esteja acelerando e a confiança esteja aumentando, o motor é realmente externo", disse estrategista na Bulltick Capital Markets, Katherine Rooney Vera, em Miami. "É o Fed (banco central dos EUA) inundando o mercado com liquidez, impulsionando investidores a buscar rentabilidade." O saldo de recursos externos na Bovespa estava positivo em 2,6 bilhões de reais em setembro, até o dia 21, e em 5,6 bilhões de reais no acumulado do ano. Investidores institucionais também voltavam para a bolsa, diante da necessidade de diversificar investimentos em busca de maior rentabilidade, dado que a taxa básica de juros no Brasil está no menor patamar da história.

Segundo os analistas consultados, em meio ao cenário de maior liquidez global, a expectativa de recuperação da economia brasileira no quarto trimestre e em 2013 ajudava a atrair investidores para a Bovespa, defasada em comparação com seus principais pares internacionais.

Nesse cenário, as recentes medidas adotadas pelo governo brasileiro --como corte de juros, elevação de tarifas de importação, desoneração da folha de pagamento e benefícios fiscais-- contribuem para a retomada da economia e para o bom desempenho de alguns setores na bolsa.


A redução do custo de energia elétrica e a renovação das concessões do setor anunciada neste mês também deve ser positiva para as indústrias brasileiras, embora tenha pesado fortemente nas ações de companhias elétricas, reacendendo temores com a intervenção governamental.

"A tendência agora é um realinhamento de ações de dividendo em portfólios para longe das concessões em geral e em direção às ações ligadas ao consumo... Assim você pode fugir do tipo de risco que as medidas no setor elétrico introduziram", disse gerente de home broker da corretora Souza Barros, Daniel Garcia, em São Paulo.

Do ponto de vista de riscos para o avanço da Bovespa, analistas apontaram a desaceleração da China como principal fator de preocupação para a bolsa brasileira, que é fortemente ligada ao desempenho das commodities.

Outro fator potencialmente negativo é o "abismo fiscal" nos EUA, que poderia ameaçar a recuperação norte-americana caso os parlamentares não consigam evitar que cortes automáticos de gastos e elevações tributárias tenham efeito.

"Esse é um risco no horizonte... A economia mundial ainda está frágil, não está boa o suficiente para aceitar desaforos", disse o sócio da Cultinvest Walter Mendes, em São Paulo.

Os profissionais consultados para a pesquisa também mostraram preocupação de que os esforços do governo brasileiro para controlar o câmbio levem a um aumento de impostos sobre fluxos estrangeiros.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil poderá, se necessário, taxar o capital externo, a exemplo do que aconteceu em 2009.

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