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Ibovespa fecha em alta após dados econômicos surpreenderem investidores

Confirmação de que acordo comercial entre China e EUA está “intacto” contribui para movimento positivo

Bolsa: Ibovespa avança amparado por fatores externos (Cris Faga/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa avança amparado por fatores externos (Cris Faga/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de junho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 23 de junho de 2020 às 18h54.

A bolsa brasileira fechou em alta, nesta terça-feira, 23, acompanhando o tom positivo dos mercados internacionais, após dados econômicos da Europa e dos Estados Unidos terem surpreendido positivamente os investidores. A confirmação do presidente Donald Trump de que o acordo comercial entre China e Estados Unidos continua “totalmente intacto” também ajudou a impulsionar o preço das ações mundo afora. Por aqui, o Ibovespa, principal índice de ações, subiu 0,67% e encerrou em 95.975,16 pontos.

Nesta terça, a grande maioria das bolsas de valore do mundo fecharam em alta, especialmente as europeias, que repercutiram os resultados positivos do índice de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês) de junho.

Na zona do Euro, o PMI composto de junho ficou em 47,5 pontos, abaixo dos 50 pontos que delimitam a contração da expansão da atividade econômica, mas acima das projeções de mercado, que eram de 42,4 pontos. Os dados da França e do Reino Unido foram ainda melhores, chegando a apontar para algum crescimento da atividade fabril. Nesses dois países, o PMI industrial ficou levemente acima dos 50 pontos.

"A gente vê um clima de recuperação econômica, com os dados vindo acima dos esperados. Os PMIs da Europa, assim como a valorização do barril de petróleo, mostram que o mundo, aos poucos, está retomando", disse Bertotti.

Nesta manhã, também saíram dados econômicos dos Estados Unidos, que também superaram as expectativas, intensificando o otimismo no mercado. Por lá, o PMI industrial de junho ficou em 49,6 pontos ante a projeção de 48 pontos. As vendas de casas novas referentes a maio também surpreenderam positivamente, apontando para crescimento de 16,6% em relação em relação ao mês de abril. A expectativa era de que esse número saltasse apenas 2,9%.

Também exerceu forte impacto positivo sobre o mercado financeiro a manutenção do acordo comercial, confirmada por Donald Trump, após seu conselheiro comercial, Peter Navarro, ter afirmado, em entrevista à Fox News, que o acordo com a China estava “acabado”. A frase, dita na noite da véspera, chegou a derrubar o futuro dos índices americanos.  Posteriormente, o próprio Navarro disse que seus comentários foram “tirados de contexto”.

"Esse acordo é muito importante. A cooperação é uma das melhores alternativas para sair desse processo que causou grandes impactos nas economias", afirmou Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos.

No Brasil, o temores sobre os desdobramentos do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, seguiram como pano de fundo, mas sem exercer grande pressão sobre os ativos.

Também esteve no radar dos investidores locais a ata do Copom, que reiterou a possibilidade de mais um corte residual de 0,25 ponto percentual. No entanto, os efeitos sobre a bolsa são limitados. "Acredito que isso já esteja precificado, até porque, na data do corte, o comunicado do Bacen já alertava para isso", afirmou Bertotti.

Mais cedo, o Ibovespa chegou a ter alta de mais de 2%, mas o movimento foi arrefecido ao longo do dia. Para Rafael Ribeiro, analista da Clear, isso se deu graças ao ponto de resistência dos 98.000 pontos. "A faixa de 98.000 pontos é uma importante barreira para o mercado e somente seu rompimento para o Ibovespa de fato deslanchar e buscar os 110.000 pontos, mas acreditar neste cenário depois de subir 30% em 3 meses e ainda em tendência de baixa no curto prazo não parece o mais provável", comentou em nota.

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