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Ibovespa cai mais de 2% com mercado de olho em alta de juros nos EUA

Lael Brainard, do Fed, sinalizou intensificação do aperto monetário e rápida redução do balanço patrimonial BC americano

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 5 de abril de 2022 às 17h27.

Última atualização em 5 de abril de 2022 às 17h31.

Ibovespa hoje: a bolsa brasileira encerrou a terça-feira, 5, em forte queda de 1,97%, aos 118.885 pontos. Após passar a maior parte do ano em tendência de alta, o principal índice da B3 passou por um movimento de realização, de olho na política monetária americana. 

O Ibovespa acompanhou a queda generalizada nas bolsas americanas, que recuaram até 2,2%. As perdas reagiram ao discurso de Lael Brainard, diretora do banco central americano, o Federal Reserve (Fed). 

Brainard disse nesta terça que espera que a redução do balanço patrimonial do Fed ocorra "em ritmo acelerado”. Ela também indicou que o banco central americano pode intensificar a alta de juros para além de 25 pontos base por reunião, como era inicialmente esperado pelo mercado. O objetivo é combater a inflação nos EUA, que já é a maior em 40 anos.

O tom mais duro de Brainard fez os rendimentos dos títulos americanos dispararem. O rendimento dos títulos de 2 anos saltou mais de 3% nesta tarde, com o mercado precificando juro médio de 2,518% para o período. O patamar é o mais alto desde março de 2019. O índice de volatilidade americano VIX – também conhecido como "índice do medo" por subir em momentos de estresse no mercado – avançou 9% na sessão.

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Nas bolsas, a Nasdaq, com maior concentração de empresas de tecnologia (mais dependentes de políticas de estímulos), foi o destaque negativo de Wall Street. Nem mesmo o petróleo, que subia em meio aos temores sobre o banimento de commodities russas, se manteve no campo positivo, passando a operar em torno de 105 dólares o barril.

  • Nasdaq (EUA): - 2,26%
  • S&P 500 (EUA): - 1,26%
  • Dow Jones (EUA): - 0,80%
  • Petróleo Brent: - 2,26%, a 105,10 dólares o barril

Juros mais altos nos Estados Unidos também afetaram o mercado de câmbio, com o fortalecimento do dólar no mundo. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a divisas desenvolvidas, avançou para próximo de 100 pontos, em seu maior nível desde maio de 2020. O real brasileiro apresentou forte baixa na sessão, com o dólar avançando 1,13%, a 4,659 reais.

Destaques de ações

À exemplo dos Estados Unidos, as ações de tecnologia também sofreram no mercado brasileiro. O maior destaque negativo foi dos papéis do Inter (BIDI11), que caíram quase 9%.

  • Inter (BIDI11): - 8,89%
  • Locaweb (LWSA3): - 6,73%
  • Americanas (AMER3): - 6,26%
  • Méliuz (CASH3): - 5,71%

Vale lembrar que o dia foi majoritariamente negativo para as ações do Ibovespa, com apenas 9 das 89 ações que compõem o índice fecharam o dia em alta. O principal destaque positivo ficou com as ações da Multiplan (MULT3), que subiram após a divulgação do relatório de resultados operacionais da companhia.

Em março, as vendas nos shoppings da companhia cresceram 20,6% frente ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia. Analistas do BTG Pactual veem os números impulsionados pelo fim da obrigatoriedade do uso de máscaras. "As vendas dos lojistas foram fortes e reforçam nossa visão de que os aluguéis da Multiplan continuarão crescendo muito no primeiro trimestre do ano", disseram em relatório. 

  • Multiplan (MULT3): + 1,59%
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