Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 19 de agosto de 2021 às 10h30.
Última atualização em 19 de agosto de 2021 às 16h08.
Após três pregões consecutivos de queda, o Ibovespa sobe nesta quinta-feira, 19, acompanhando o movimento do exterior com ganhos do setor de tecnologia. Mais cedo, a aversão ao risco tomava conta dos mercados, após a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) indicar maior apoio à redução de estímulos.
Às 16h05, o principal índice da B3 sobe 0,55%, aos 117.283 pontos. No mercado de câmbio, o dólar segue seu movimento contra moedas emergentes e avança 0,9% contra o real, sendo negociado a 5,42 reais.
Divulgada na última tarde, a ata do Fed revelou grandes discussões sobre o início da retirada dos estímulos de 120 bilhões de dólares mensais, com a antecipação desse movimento ganhando apoio. Ainda assim, seus membros seguem divididos sobre quando começar o processo conhecido como “tapering”.
Para 60% dos membros do Fed, o início da retirada de estímulos deveria ficar para o começo do ano que vem, em janeiro, enquanto o restante quer uma redução dos estímulos ainda neste ano. Outra parte, acredita que se a medida não for antecipada poderá "contribuir para um aumento do risco para o sistema financeiro". No país, a inflação acumulada de 12 meses já supera 5%.
A ata preocupou investidores, mas os temores perderam parte da força ao longo do pregão e deram lugar a uma alta do setor de tecnologia. O movimento se reflete no Brasil, com as ações da Totvs (TOTS3) disparando 5,29%, seguidas pelos papéis da Locaweb (LWSA3), que avançam 4,91%.
O setor financeiro também atua como ponto de suporte para o índice, com os papéis da B3 (B3SA3) subindo quase 3,99%. As ações de alguns dos principais bancos do país também são negociadas em alta. O Banco do Brasil (BBAS3) lidera os ganhos, subindo 0,58%, enquanto Santander (SANB11) avança 0,55%. Já Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) são negociados em queda de 0,4% e 1,12%, respectivamente.
Já as ações da Vale (VALE3), que detém a maior participação no Ibovespa, caem 5,43%, pressionadas pela forte desvalorização do minério de ferro na Ásia. CSN (CNSNA3) e Usiminas (USSIM5) chegam a cair mais de 5%, na lanterna do índice. A Bradespar (BRAP4), holding do Bradesco com grande participação na Vale, fecha as maiores quedas, com perdas de 5,42%.
Com sinais de desaceleração na China e com perspectivas de redução de estímulos por parte do Fed, o minério de ferro despencou 12% em Singapura e 7% em Dalian nesta madrugada. O cenário também pressiona a cotação do petróleo brent, que cai 3% para 66 dólares, sua menor cotação em mais desde maio. Ações do setor sentem os impactos na bolsa.
Com o segundo maior peso do Ibovespa, os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4) caem em torno de 1,2% adicionando pressão negativa ao índice. As ações repercutem a sexta queda consecutiva dos preços do petróleo no mercado internacional.