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Ibovespa cai 7% e vai a 105 mil pontos, na maior queda desde "Joesley day"

Pânico global em meio a avanço de coronavírus derrubou bolsa brasileira; Gol, Azul e siderúrgicas caíram mais de 10% no dia

Coronavírus: Avanço de epidemia para além da China, onde começou, lleva pânico a mercados do mundo inteiro (AFP/AFP Photo)

Coronavírus: Avanço de epidemia para além da China, onde começou, lleva pânico a mercados do mundo inteiro (AFP/AFP Photo)

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Juliana Elias

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 18h29.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 18h49.

São Paulo - Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o pregão desta quarta-feira (26) na maior queda diária em quase três anos, derrubado pela onda de insegurança global que se espalhou pelas principais bolsas do mundo nos últimos dias, em meio às notícias de avanço do novo coronavírus para fora da China. 

O Ibovespa encerrou o dia em queda de 7,0%, a 105.718,29 pontos. Foi a maior retração desde o "Joesley day", em 18 maio de 2017 - naquele data, o vazamento de conversas dos irmãos donos da JBS envolvendo o então presidente Michel Temer fez a bolsa brasileira cair 8,8% em um só dia.

O Ibovespa abriu o pregão desta quarta com queda na faixa dos 4%, mas as perdas foram se intensificando ao longo do dia. Empresas ligadas a turismo e ao mercado internacional lideraram as quedas do dia: a GOL caiu 13,4%, a Azul perdeu 13,3% e a CVC, 11,3%. As siderúrgicas Metalúrgica Gerdau e CSN também sofreram, com perdas de 11,9% e 10,9%, respectivamente.

Algumas das principais ações da Bolsa também tiveram perdas significativas: a Petrobras (PETR4) caiu 10,1% e a Vale teve retração de 9,5%, enquanto os papéis do Itaú Unibanco recuaram 4,99%.

Por conta do feriado de Carnaval, a bolsa brasileira ficou fechada tanto na segunda-feira (24) quanto na terça (25), reabrindo às 13h desta quarta-feira. Nesses dois dias, as bolsas americanas e europeias despencaram, embora algumas praças tenham tido leve recuperação no pregão desta quarta. 

No Brasil, foi confirmado nesta quarta-feira o primeiro caso de um infectado pelo coronavírus, em São Paulo. O paciente, um homem de 61 anos, esteve recentemente na Itália, um dos países mais afetados pela doença fora da China.

"Para o Brasil, a ameaça do coronavírus impacta a economia local por meio de três canais distintos: a desaceleração da demanda global, a falta de insumos utilizados no processo produtivo e a queda no preço internacional das commodities", explicou a corretora Guide Investimentos, em relatório.

Globalmente, os investidores estavam cautelosos após os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA pedirem aos norte-americanos que se preparem para a propagação do vírus nos Estados Unidos.

Até esta quarta-feira, o número de mortos pelo coronavírus na Itália havia chegado a 19; na Coreia do Sul, foram contados 1.260 novos casos, enquanto a Grécia e o Brasil registraram seus primeiros infectados.

*Com Reuters

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