São Paulo - Nesta quinta-feira, notícias ruins minaram a confiança dos investidores e trouxeram aversão a risco aos mercados. As bolsas caíram ao redor do globo e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a pisar nos 65 mil pontos, mas conseguiu fechar um pouco acima, nos 66 mil.

O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o dia em queda de 1,82%, aos 66.040,66 pontos, menor patamar desde os 65.755,66 pontos de 11 de fevereiro. Na mínima, registrou 65.854 pontos (-2,10%) e, na máxima, 67.256 pontos (-0,01%). No mês, o índice acumula baixa de 1,99% e, no ano, de 4,71%. O giro financeiro totalizou R$ 7,557 bilhões. Os dados são preliminares.

Afetaram os negócios hoje o déficit comercial da China, de US$ 7,3 bilhões em fevereiro, o primeiro em 12 meses, o rebaixamento do rating da Espanha pela Moody's, o número bem maior de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA (alta de 26 mil, para 397 mil, na semana até 5 de março, ante previsão de alta de 7 mil pedidos), e o crescimento de 15,1% no déficit comercial do país, para US$ 46,34 bilhões, o maior em sete meses. O índice Dow Jones terminou em queda de 1,87%, o S&P perdeu 1,89% e o Nasdaq caiu 1,84%.

Na Bovespa, a conta ainda teve mais uma parcela: a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que levantou no mercado a certeza de que o aperto monetário está perto do final. A notícia por si só seria boa para a Bolsa, mas ela veio acompanhada de outra certeza: mais medidas macroprudenciais vêm por aí para ajudar o BC a controlar a inflação, o que acabou pesando sobre as ações dos bancos. Bradesco PN perdeu 3,70%, Itaú Unibanco PN, 3,84%, BB ON, 2,91%, e Santander unit, 3,52%.

Vale, que sofreu com o déficit comercial chinês e o recuo da maioria dos metais, terminou em baixa de 2,83% na ação ON e de 3,30% na PNA. Petrobras caiu menos, mas não muito: a ON perdeu 2,16% e a PN, 1,51%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o petróleo fechou hoje em baixa de 1,61%, a US$ 102,70, no contrato para abril.