Ibovespa: avanço de mais de 2% da Vale impulsionou índice (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 15 de outubro de 2018 às 17h16.
Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 17h48.
São Paulo - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, 15, com o avanço de mais de 2 por cento da Vale entre os principais suportes após dados recordes de produção, enquanto Smiles desabou quase 40 por cento com planos da controladora Gol de incorporar a empresa.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,53 por cento, a 83.359,76 pontos. Na máxima, subiu 1,64 por cento.
O giro financeiro somou 20,3 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que totalizou 6,1 bilhões de reais, com opções de compra de papéis preferenciais da Petrobras respondendo pelos maiores giros do exercício.
Além do exercício de opções, a sessão também foi marcada por ajustes ao movimento dos ADRs brasileiros em Nova York na sexta-feira, quando a B3 não funcionou em razão de feriado no país. Os ADRs da Vale, por exemplo, subiram 2 por cento e os de Petrobras ON, mais de 3 por cento.
"Além do movimento dos ADRs, a sessão também refletiu nova pesquisa corroborando o favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) na liderança do segundo turno da disputa presidencial", acrescentou o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, em São Paulo.
A pesquisa de intenção de votos encomendada pelo BTG Pactual à FSB Pesquisas para o segundo turno da disputa presidencial mostrou o candidato do PSL com 59 por cento dos votos válidos, contra 41 por cento de Fernando Haddad, do PT.
"O humor do investidor tende a continuar relacionado aos temas políticos", disse a equipe da corretora Mirae, chamando atenção para a sondagem Ibope sobre a preferência dos eleitores prevista para ser divulgada ainda nesta segunda-feira.
- SMILES desabou 38,84 por cento, perdendo cerca de 2,5 bilhões de reais em valor de mercado. Sua controladora, a empresa área Gol, anunciou uma reorganização societária com plano de incorporar a empresa de programa de fidelidade e depois migrar para o Novo Mercado da B3. GOL PN subiu 4,06 por cento. O BTG Pactual cortou a recomendação de Smiles para 'neutra' após o anúncio. A CVM abriu processo para analisar a operação. Segundo um gestor com posição em Smiles, a reestruturação era um risco que sempre se soube que poderia acontecer. "Apenas veio antes que o esperado", afirmou.
- VALE valorizou-se 2,11 por cento, em sessão positiva para mineradoras no exterior e após dados recordes de produção no terceiro trimestre. O Itaú BBA destacou que os números da Vale vieram um pouco acima das expectativas e reiteraram recomendação 'outperform' para as ações por meio de seus ADRs, com preço-alvo de 17 dólares.
- PETROBRAS PN subiu 1,9 por cento, em dia de alta do petróleo, e também apoiada em expectativas com o cenário eleitoral. Também repercutiu notícia da Bloomberg de que o grupo francês de energia Engie e o fundo de pensão canadense Caisse de Depot et Placement du Quebec planejam fazer oferta de até 9 bilhões de dólares pela TAG, rede de gasodutos da Petrobras.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 1,16 por cento, também ajustando-se ao avanço dos ADRs na sexta-feira, enquanto BRADESCO PN avançou 0,53 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 1,02 por cento e BANCO DO BRASIL apreciou-se 1,4 por cento.
- ELETROBRAS ON fechou em alta de 6,24 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa. Além do efeito eleitoral, a elétrica de controle estatal também ampliou o prazo para o Plano de Demissão Consensual (PDC) na empresa e em suas controladas após 733 empregados já terem se desligado voluntariamente, o que representa economia de 254 milhões de reais ao ano.
- GPA PN caiu 2,67 por cento, tendo no radar dados de vendas no terceiro trimestre, com crescimento puxado mais uma vez pelo desempenho do segmento de atacarejo sob a bandeira Assaí.
- ESTÁCIO e KROTON recuaram 5,91 e 4,04 por cento, respectivamente, com dados sobre captação e base de alunos no setor repercutindo entre analistas. Nesta sessão, a Ser Educacional, fora do Ibovespa, divulgou queda na captação e na base de alunos no terceiro trimestre. As ações da Ser fecharam em queda de 10,72 por cento.