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HSBC eleva recomendação para ações da Brasil Foods

Preço-alvo em 12 meses das ações ordinárias subiu de 33,30 reais para 37 reais

Para o HSBC, a partir da venda de alguns de seus ativos, a Brasil Foods terá recursos significativos buscar um crescimento global agressivo no Oriente Médio, China e América Latina (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

Para o HSBC, a partir da venda de alguns de seus ativos, a Brasil Foods terá recursos significativos buscar um crescimento global agressivo no Oriente Médio, China e América Latina (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 16h05.

São Paulo – O HSBC aumentou suas expectativas em relação ao desempenho da Brasil Foods (BRFS3), após o sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na compra da Sadia pela Perdigão.

O preço-alvo em 12 meses das ações ordinárias da companhia foi elevado de 33,30 reais para 37 reais, o que representa um potencial de valorização de 30%. A recomendação subiu de neutra para alocação acima da média de mercado (overweight).

O relatório considera que com a fusão de Perdigão e Sadia aprovada, a Brasil Foods deve focar na integração das operações domésticas e também na extração de sinergias. A própria companhia reiterou a meta de 500 milhões de reais em economias de custos até o final de 2012.

De acordo com as restrições impostas pelo Cade, a Brasil Foods deve encontrar um comprador para 12 marcas menores e para a capacidade de produção associada a elas, além de suspender alguns produtos das marcas Perdigão e Batavo por 3 a 5 anos.

“Esperamos que a empresa recupere aproximadamente 60% da participação de mercado suspendida em 2012 e que a alavancagem caia para aproximadamente 0,6 vez assim que a venda dos ativos e marcas for concluída”, avalia a equipe do HSBC formada por Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain.

Além disso, a perspectiva de incremento nos balanços da empresa sustentará seus planos de expansão, segundo o HSBC. No final do primeiro trimestre de 2011, a dívida líquida sobre o EBITDA ficou em 1,3 vez, a expectativa é de que esse índice atinja 1 vez até o final do ano.

Novas fronteiras

Para o HSBC, a partir da venda de alguns de seus ativos a Brasil Foods terá recursos significativos buscar um crescimento global agressivo no Oriente Médio, China e América Latina. “Isso aumentaria ainda mais a exposição da BRF a produtos processados com maiores margens nos mercados internacionais”, diz o relatório.

A equipe de análise espera que nos próximos dois anos a BRF anuncie projetos similares à sua joint venture recente na China. Em maio, a empresa anunciou a negociação com a chinesa Dah Chong Hong Limited. O objetivo da parceria é ter acesso à distribuição no mercado chinês e ao processamento local para desenvolver a marca Sadia na China, assim como alcançar os segmentos de varejo e food service (restaurantes).

A empresa Dah Chong Hong é uma companhia aberta listada na Bolsa de Hong Kong desde 2007, sendo controlada pelo Grupo Citic Pacific (57,5% de participação). As operações da empresa chinesa englobam os mercados de Hong Kong, Macau e China Continental.


Ações baratas?

Para o HSBC a resposta é sim. As ações da companhia são negociadas a um múltiplo VF/EBITDA (valor da firma/geração operacional de caixa) de 7,7 vezes para 2012.

“Consideramos o múltiplo barato, pois a BRF deve conseguir extrair sinergias. Ela domina seus mercados de exportação, e sua exposição a produtos processados de maiores margens deve trazer margens maiores e mais estáveis”, projeta a equipe.
Em 2011, as ações ordinárias da Brasil Foods registram ganhos de 9%. Nos últimos 12 meses, a valorização chega a 20,5%.

O que mudou

Veja abaixo os ativos e marcas que a BRF terá de vender e suspender temporariamente, de acordo com o acordo aprovado pelo Cade.

O que vai ser vendido: Dez fábricas de alimentos processados, dois abatedouros de suínos, dois abatedouros de aves, quatro fábricas de ração, oito centros de distribuição, doze granjas de matrizes e dois incubatórios.

Marcas que serão vendidas: Rezende, Wilson, Patitas, Tekitos, Texas, Escolha Saudável, Light Elegant, Fiesta, Freski e Confiança.

Suspensão temporária de marcas

Perdigão - por 3 anos: em presuntos, apresuntados, kits de festas suínos (pernil, tender, etc), linguiça e paio - por 4 anos: salame - por 5 anos: lasanhas, pizzas congeladas, almôndegas, kibes e frios saudáveis.

Batavo - por 4 anos, no mercado de processados de carne = A empresa não poderá criar marcas substitutas para Perdigão e Batavo nos mercados em que terá de sair temporariamente.

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