HSBC: alta do algodão empolga ações da SLC Agrícola
Valorização dos papéis, contudo, reduz chances de ganhos adicionais
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 18h59.
São Paulo - A disparada no preço do algodão e grãos nos últimos 12 meses alavancou em 50% as ações da SLC Agrícola (SLCE3), maior produtora da commodity no Brasil. Mas o cenário favorável já foi precificado nos papéis, que devem desacelerar em breve. A avaliação é do HSBC, que rebaixou a recomendação para as ações da companhia em relatório divulgado nesta quarta-feira (16) de overweight (alocação acima da média do mercado) para neutra (alocação em linha com o mercado).
Para os analistas Pedro Herrera e Diego Maia, o bom momento do setor ainda permite leitura positiva para o papel. No entanto, os resultados trimestrais apresentados pela SLC decepcionaram. “Continuamos a gostar da história da SLC, que é uma entidade de destaque no setor agrícola do Brasil. Porém, acreditamos que os fortes fundamentos do setor estão precificados e foram até certo ponto frustrados pelos resultados do 3T10”, escrevem.
Ganharam destaque negativo a menor produtividade e os maiores custos nos últimos três meses. Os resultados trouxeram recuo de 5% na produção de algodão, 6% de soja e 10% de milho. O lucro líquido, de 4 milhões, ficou abaixo da estimativa dos analistas. O relatório altera também o preço-alvo dos papéis de 20 reais para 25 reais em 2011, com retorno potencial de 15,5%.
Recuperação
Para 2011, as expectativas é que SLC recupere ao menos parte do fôlego perdido. “Esperamos uma melhoria marginal na produtividade em comparação aos níveis de 2009/10, que foram afetados pelas instabilidades climáticas geradas pelo La Niña”. A projeção de custos médios traçada pelo HSBC recuou em 3-5%, a fim de refletir menores custos de insumos. A estimativa para área plantada, no entanto, caiu de 250 mil para 231 mil hectares.
A empresa de atividades agropecuárias teria ainda um catalisador para seus papéis em 2011, destaca o relatório. A conclusão da criação LandCo, empresa de comercialização de terras e futuro braço imobiliário agrícola da SLC, deverá impactar possitivamente os papéis da companhia. “Além de se beneficiar pela valorização das terras, a SLC usará o caixa para dobrar sua área plantada para cerca de 450.000 hectares em 2015/2016”. O projeto da LandCo está atrasado para que a SLC proceda à análise das leis de posse de terras agrícolas por estrangeiros no Brasil. A expectativa é que transação seja concluída em 2011.