Heineken vende operação na Rússia por apenas US$ 1 e tem prejuízo de US$ 324 mi
Empresa vem tentando sair do país desde março de 2022, com invasão da Ucrânia
Redação Exame
Publicado em 25 de agosto de 2023 às 16h02.
Em saída da Rússia, a gigante de bebidas Heineken vendeu sua operação no país pelo preço simbólico de US$ 1, amargando um prejuízo de US$ 324 milhões. A venda inclui sete cervejarias, que foram entregues ao grupo russo de embalagens e bens de consumo Arnest Group.
O movimento para sair do país começou em março de 2022, com a pressão dos consumidores para que a marca tomasse uma posição após a invasão da Ucrânia. Foram 18 meses até que o processo pudesse ser finalizado, em um ambiente cada vez mais desafiador para as empresas globais que decidiram deixar a Rússia.
Em abril, o governo do país aprovou um decreto que permite ao assumir o controle temporário dos ativos de empresas ou indivíduos de estados considerados “hostis”, como os Estados Unidos e seus aliados.
Embora a operação gere prejuízo para a Heineken, o processo ganhou contornos positivos em comparação com a rival Carlsberg, que ainda não conseguiu sair do país. Em julho, as operações da empresa foram apreendidas pelo governo russo. Quem também sofreu intervenção foi a francesa Danone, que foi alvo de confisco no mesmo mês.
Saída complexa
O CEO da Heineken, Dolf van den Brink, disse que a saída da Rússia foi “incrivelmente complexa”. “Havia um risco real de processos contra o nosso time e nacionalização das nossas operações”, disse van den Brink segundo a Bloomberg.
A Heineken tinha cerca de 1.800 funcionários na Rússia e a Arnest, compradora do negócio, fornecerá garantias de emprego durante os próximos três anos, disse a reportagem. A empresa deve assumir ainda cerca de 100 milhões de euros em dívidas relacionadas com as operações da Heineken.
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