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Governo estuda aumentar IOF para estrangeiro em dólar futuro

Segundo uma autoridade não identificada, medida só será adotada após a avaliação do efeito de aumento dos depósitos compulsórios sobre posições vendidas em dólar

Segundo a fonte, Dilma está mais preocupada em conter a inflação do que a alta do dólar (Charly Triballeau/AFP)

Segundo a fonte, Dilma está mais preocupada em conter a inflação do que a alta do dólar (Charly Triballeau/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 13h15.

Brasília - O governo estuda aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras para aplicações de investidores estrangeiros no mercado futuro de câmbio para conter a valorização do real, segundo uma autoridade familiarizada com as discussões.

A equipe econômica só vai adotar a medida depois de avaliar o impacto do aumento do compulsório sobre posições vendidas em dólar, anunciado em 8 de julho pelo Banco Central, e também o cenário externo, segundo a pessoa. A autoridade pediu anonimato por não estar autorizada a falar sobre o assunto publicamente.

A presidente Dilma Rousseff continua mais preocupada em conter a inflação do que com a valorização do real, disse a autoridade. Por isso, o governo será cauteloso antes de adotar novas medidas cambiais para reduzir a pressão sobre o dólar, disse a pessoa.

Na semana passada, em meio a preocupações com a crise da dívida da Grécia, o real atingiu seu maior valor desde 1999, impulsionado pela demanda dos investidores por ativos de maior rendimento. Desde o fim de 2008 o real subiu 47 por cento em relação ao dólar, a maior valorização entre 25 moedas de países emergentes acompanhadas pela Bloomberg.

Às 12:48, o dólar operava em queda de 0,6 por cento, cotado a R$ 1,5699.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem responsabilizado os países ricos de provocar uma “guerra cambial” no mundo ao manter suas taxas de juros próximas a zero. Segundo Mantega, essa atitude leva a uma enxurrada de dólares para países emergentes. Na semana passada, em Paris, o ministro disse que a guerra cambial continua.

A moeda brasileira se fortaleceu com a redução nas apostas dos mercado de que o governo pode tomar medidas mais fortes para o câmbio, disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora de Valores.

“O mercado não acredita que o governo vai atuar com força”, disse Iha por telefone de São Paulo. “A prioridade do governo é a inflação.”

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