SPX: mercado está certo em dar ao novo governo o benefício da dúvida e que a agenda de reformas pode levar a um crescimento sustentável a longo prazo (Divulgação/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 17 de novembro de 2018 às 08h11.
Última atualização em 17 de novembro de 2018 às 08h11.
(Bloomberg) -- Luis Stuhlberger e Rogerio Xavier são dois dos gestores de fundos mais reverenciados do Brasil, com um histórico de entregar resultados extraordinários para os investidores. Eles também ficaram famosos por conta de seu pessimismo - mas, na eleição do mês passado, o que rendeu frutos foi um otimismo recém-descoberto.
O fundo Verde, de Stuhlberger, apresentou um retorno total de 3,77% no mês de outubro, quando os brasileiros elegeram Jair Bolsonaro como presidente. Os ativos brasileiros dispararam com o resultado das urnas, na esperança de que o capitão da reserva do Exército reformulasse o sistema previdenciário e privatizasse dezenas de empresas estatais. O fundo SPX Nimitz, de Xavier, por outro lado, teve uma queda de 0,58% no período. No longo prazo, no entanto, o fundo da SPX ainda está à frente, registrando um retorno de 9,2% no acumulado do ano contra 7,2% do Verde.
Foi o entusiasmo de Stuhlberger que impulsionou os retornos do Verde nos últimos tempos. O gestor, que passou a maior parte dos últimos anos com uma leitura mais azeda acerca do Brasil, já havia aumentado a posição do fundo em ações para cerca de 8% da carteira. Dias antes de Bolsonaro mostrar uma vantagem confortável no primeiro turno das eleições, o Verde anunciou que estava aumentando ainda mais a sua aposta. Agora, o fundo vê espaço para “otimismo crescente” e tem cerca de 15% da carteira em ações domésticas, muito acima dos anos recentes, mas cerca de metade do peso que elas representavam entre 1997 e 2002.
Xavier, que no início deste ano apresentou um cenário terrível para o Brasil, também está mais positivo, mas com uma abordagem mais cautelosa. Embora o título da carta mensal da SPX seja "o benefício da dúvida", ele cita o ambiente global desafiador e a implementação potencialmente difícil da agenda de austeridade fiscal no país como possíveis problemas à frente.
O Verde tem R$ 20 bilhões sob gestão e a SPX tem R$ 18,6 bilhões. Veja outras informações importantes das cartas mensais de ambos os gestores:
Cenário doméstico
Cenário global
Apostas atuais