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Gestora JGP nega ter recebido informação sobre delação da JBS

Rumores nas redes sociais afirmam que a gestora teria tomado conhecimento antecipado sobre a delação, o que teria ajudado no desempenho de fundos

Bolsa brasileira: rumores sobre desempenho de fundos de gestora colocam suspeita sobre informações privilegiadas com relação às delações da JBS (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bolsa brasileira: rumores sobre desempenho de fundos de gestora colocam suspeita sobre informações privilegiadas com relação às delações da JBS (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 12h47.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 13h09.

São Paulo - A JGP Gestão de Recursos afirmou nesta segunda-feira que são falsos os boatos que estão circulando em redes sociais, de que teria tomado conhecimento antecipado sobre o teor das notícias relacionadas à delação de executivos da JBS, divulgadas na noite da última quarta-feira, o que teria ajudado no desempenho de seus fundos multimercados.

"...nossos advogados tomarão imediatamente as medidas cabíveis para acionar judicialmente os autores das informações falsas que estão sendo circuladas", diz comunicado da gestora a clientes.

Durante o fim de semana, circularam em redes sociais e aplicativos de mensagens rumores de que a gestora teria obtido resultados positivos em seus fundos multimercados, enquanto muitos fundos do mesmo segmento tiveram performance negativa, a partir de informações antecipadas sobre a delação de Joesley Batista envolvendo o presidente Michel Temer.

De acordo com informações no site da gestora, no dia 18, os três fundos multimercados da casa (JGP Hedge FIC FIM, JGP Max FIC FIM e JGP Strategy FIC FIM) tiveram rentabilidades diárias de 0,96, 1,68 e 3,32 por cento.

A gestora também argumentou que as posições de seus fundos multimercados, como percentual de seus respectivos patrimônios, não eram substanciais. "Não obstante, o extraordinário movimento da quinta-feira nos mercados de câmbio, juros e bolsa proporcionaram retornos bem acima do esperado."

No comunicado, a JGP destacou que o posicionamento de seus fundos multimercados no período recente era conservador, conforme tinham uma visão mais pessimista sobre a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência e não compartilhavam euforia dos mercados quanto à intensidade do ciclo de queda no mercado de juros.

"...por isso, aproveitamos o cenário de baixíssima volatilidade para originarmos estruturas de proteção de portfólio utilizando opções, que se beneficiaram sobremaneira da explosão da volatilidade ocorrida no dia 18 passado", afirmou.

A JGP acrescentou que aumentou as posições na quarta-feira, pois as notícias sobre a possibilidade do impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causaram a maior queda dos mercados internacionais em muito tempo, lideradas pela bolsa de Nova York e com contágio para o Brasil.

Na quarta-feira à noite, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou notícia sobre gravações de Joesley Batista, um dos controladores da JBS, feitas com o presidente Michel Temer, episódio que fez os mercados desabarem no dia seguinte.

A JGP destacou ainda que seus fundos de ações, em várias modalidades, tiveram perdas que variaram de 6,76 a 8,52 por cento, bem como os fundos de crédito sofreram.

A JGP foi fundada em 1998 e tem como principal acionistaAndré Jakurski - sócio-fundador e diretor executivo do Banco Pactual por 13 anos.

Além da gestão de fundos, a empresa também faz serviços de consultoria e de aconselhamento financeiro a clientes de alto poder aquisitivo, além de possuir unidade para gerir portfólios diversificados compostos por títulos de dívida corporativa.

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