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Ganhadores e perdedores da vitória de Trump nas bolsas

A indústria farmacêutica ficou claramente aliviada com a derrota de Hillary, por seu discurso sobre uma redução nos preços dos medicamentos

Eleições: o setor automobilístico foi afetado nesta quarta-feira nas bolsas, temendo as medidas protecionistas prometidas por Trump (Alex Kraus/Bloomberg)
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AFP

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 18h36.

Vitória de Donald Trump nos Estados Unidos estremeceu as bolsas nesta quarta-feira. Entenda quais são os setores que ganham e os que perdem após a eleição do candidato republicano.

Ganhadores:

- Setor Farmacêutico

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A indústria farmacêutica ficou claramente aliviada com a derrota de Hillary Clinton, pois o discurso da candidata democrata sobre uma redução nos preços dos medicamentos pesava sobre o setor há vários meses.

"Os investidores temiam as ações que poderiam ser tomadas por (Hillary) Clinton" para limitar os preços dos medicamentos, comentou Philippe Lanone, analista da Natixis.

"O pior cenário para a indústria, o de uma vitória democrata, já não é mais possível", escreveram em nota os os analistas do gestor de ativos Candriam.

Às 13H15 GMT (11h15, hora de Brasília), na Bolsa de Paris, a Sanofi subia 3,07%, a 75,13 euros, e em Frankfurt a Bayer subia 1,95%, a 90,65 euros. Em Londres, a AstraZeneca avançava 1,29%, a 45,08 libras.

- Indústria da Defesa

"Donald Trump, desde o início de sua candidatura, fala em aumentar o orçamento de Defesa, e por isso é um dos setores que poderá se beneficiar mais com sua vitória" indica Andrea Tuéni, analista para o Saxo Banque.

As ações dessa indústria subiram. E o novo contexto mundial poderá ser favorável, ainda, a uma reativação da indústria europeia.

"Entre um Reino Unido que se dispõe a deixar a União Europeia, e uma posição americana que será nova se o presidente Trump aplicar o que disse o candidato Trump, haverá mudanças maiores na postura de defesa na Europa", afirmou nesta quarta-feira o presidente do Grupo de indústrias francesas aeronáuticas e espaciais, Marwan Lahoud.

- Metais

"Há ambiciosos planos de infraestruturas propostos por Trump" destaca Andréa Tuéni. "É um elemento positivo" que alimenta altas no setor, explica.

"Vamos reconstruir nossas autoestradas, nossas pontes, nossos túneis, nossos aeroportos e nossos hospitais. Vamosreconstruir nossas infraestruturas, que serão inigualáveis, e fazendo isso daremos trabalho a milhões de pessoas", prometeu Donald Trump em sua primeira intervenção depois da vitória.

Isso fez a cotação do cobre alcançar nesta quarta-feira seu maior valor em 18 meses. Na Bolsa de Paris, a ArcelorMittal subia 3,89%.

Perdedores:

- Indústria Automobilística

O setor foi afetado nesta quarta-feira nas bolsas, temendo as medidas protecionistas prometidas por Donald Trump durante a campanha.

Em Frankfurt, a BMW caía 2,70%, a 75,22 euros, enquanto em Paris a Peugeot recuava 0,67%, a 13,43 euros.

"Para muitos fabricantes, os Estados Unidos são o segundo ou o terceiro mercado", explicou Frank Schwope, analista do banco Nord/LB.

Nessas condições, a vitória republicana inquieta o setor automotivo.

"Mais protecionismo e barreiras comerciais suplementares seriam tão prejudiciais para os Estados Unidos como para seus parceiros comerciais" advertiu o presidente da federação alemã do automóvel, Matthias Wissmann.

- BBVA

O setor financeiro, cíclico e impactado pelas incertezas do mercado, não tem muita clareza sobre o que poderá acontecer. A ação do segundo maior banco espanhol BBVA -muito exposto no México- caiu mais 8% na Bolsa de Madri na manhã de hoje.

"Os operadores fogem do BBVA por medo das consequências que a eleição de Trump poderá na economia mexicana", na medida em que o "México está na zona geográfica que mais deu lucro ao BBVA" explicam os analistas do site "Estrategias de inversión" (Estratégias de investimento).

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