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Fundos de hedge mergulham em dados de hábitos de consumo

Alguns dos maiores, do Point72 Asset Management ao Citadel, vêm pagando caro por grandes quantidades de dados alternativos

Michael Marrale, presidente da M Science, uma empresa que fornece dados e análises para hedge funds. (Scott McIntyre/Bloomberg)

Michael Marrale, presidente da M Science, uma empresa que fornece dados e análises para hedge funds. (Scott McIntyre/Bloomberg)

TL

Tais Laporta

Publicado em 28 de julho de 2019 às 08h05.

Última atualização em 28 de julho de 2019 às 08h05.

Quando se trata de ganhar vantagem comercial, os dados são cada vez mais importantes, quer venham do Fitbits, Rokus e Teslas ou de sites de empregos como o Glassdoor.com.

É por isso que alguns dos maiores hedge funds do mundo, do Point72 Asset Management, de Steve Cohen, até o Citadel, de Ken Griffin, vêm abocanhando grandes quantidades de dados alternativos. Muitos estão pagando muito dinheiro por isso.

"Não há um grande hedge fund ou gestor de recursos que não tenha iniciativas de dados em andamento ou que não esteja usando dados alternativos de alguma forma", disse Michael Marrale, presidente da M Science, uma empresa que fornece dados e análises para hedge funds.

Detectar tendências e padrões nos hábitos de consumo é um grande negócio, parte de um mercado global de big data, que segundo um relatório do JPMorgan Chase pode movimentar mais de US$ 200 bilhões até o próximo ano. Ainda assim, não há garantia de que toda essa informação vai gerar ganhos. Os dados precisam ser organizados e agregados para que possam ser usados.

Wi-Fi e dispositivos Bluetooth

Conexões WiFi e Bluetooth se tornaram tão onipresentes que muitas vezes são ignoradas. Mas os hedge funds estão muito atentos aos dispositivos que se conectam à internet.

Capturar os sinais emitidos pode mostrar "quando e onde novas coisas aparecem no mundo", disse Hugh O’Connor, diretor de fontes de dados e parcerias da Eagle Alpha, que reúne dados alternativos para o setor financeiro.

Localização

Dados extraídos do uso de telefones celulares podem revelar, em tempo real, o número de pessoas com dispositivos em um local específico. Isso pode mostrar quantas pessoas estão frequentando uma loja, um supermercado ou uma lanchonete.

As empresas também podem monitorar os downloads de aplicativos: sua popularidade, onde estão ocorrendo e quando estão sendo usados para fazer compras.

Twitter

Com que frequência as pessoas estão tuitando sobre o mais novo iPhone? O novo tênis da Nike é um sucesso entre adolescentes? As empresas começaram a rastrear palavras-chave ou frases em sites de redes sociais, como Facebook e Instagram, para saber o que os consumidores estão pensando. Essa informação pode ser mapeada para várias empresas, fornecendo pistas sobre a popularidade de um produto ou serviço.

Dados do cartão de crédito

Os dados de transações dos consumidores têm sido amplamente utilizados há anos, seja rastreando o que e quanto as pessoas gastam em seus cartões de crédito, recibos enviados para caixas de entrada de e-mail ou quais sites aceitam serviços de pagamento on-line, como o Venmo. Devido ao seu potencial, esse tipo de dado pode ser mais caro que outros.

"Dados de cartão de crédito podem variar de US$ 150 mil a mais de um milhão de dólares por ano, dependendo de certas características, como o nível de granularidade", disse Daniel Goldberg, fundador da Alternative Data Analytics.

Dados de emprego

As empresas podem coletar grandes quantidades de informações sobre anúncios de emprego, mudanças na remuneração e avaliações de funcionários das empresas.

Todos os tipos de dados podem ser colhidos desse material. Se, de repente, uma gigante da tecnologia começar a procurar profissionais no setor de assistência médica, por exemplo, isso poderia sugerir um novo produto ou serviço em andamento.

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