Mercados

França e Grécia aumentam foco em ações defensivas, diz Fator

Os riscos se somam aos internos e também os ligados à desaceleração da economia chinesa

Bandeiras da UE e da Grécia (Yannis Behrakis/Reuters)

Bandeiras da UE e da Grécia (Yannis Behrakis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2012 às 11h53.

São Paulo – A eleição de François Hollande na França e a confusa eleição parlamentar na Grécia são dois pontos que merecem destaque no radar do investidor do mercado financeiro. Além de reforçar uma série de riscos que já vem apontando há um tempo, Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora, destacou mais esses dois fatores em seu relatório mensal de estratégias.

Segundo Lika, os resultados nas duas eleições evidenciam o cansaço dos eleitores sobre os programas de austeridade que países da Europa têm precisado lançar.

Embora já fosse muito provável a vitória de Hollande na França, o mercado financeiro reagiu mal à confirmação do novo governante francês. “Dois dias depois, os mercados passaram a fazer uma avaliação mais sóbria sobre a (nova) direção que a França irá tomar em seu relacionamento com a Alemanha”, afirma Lika em seu relatório.

Na Grécia, as avaliações também derrubaram o mercado nos dias seguintes. O país tenta formar um governo de coalizão, por enquanto sem sucesso. “O ambiente de polarização na Grécia é uma grande incógnita, pois pode impedir que o país cumpra os termos do programa de ajuda, o que, em última instância, poderá levar a sua saída da zona do euro”, lembra Lika.

Num outro relatório elaborado nesta semana, o Citigroup também opinou sobre a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e estimou que as chances disso acontecer estão entre 50% e 75%.

Para Lika, em parte, a reação dos mercados a essa tem sido amortecida com a visão de alguns analistas que defendem que, caso isso aconteça, o efeito não será tão grande quanto no início da crise, já que muitos investidores já se retiraram do país. “No entanto, deve-se temer a ameaça do contágio a outros países vulneráveis na região”.

Como esses riscos se somam aos próprios problemas internos no Brasil e à preocupação com o desempenho da China, a recomendação de Lika é que o investidor se mantenha com ações defensivas, que pagam bons dividendos.

Ela afirma que, em geral, a bolsa está com preços altos, especialmente em setores como varejo, construção civil, siderurgia e papel e celulose. “Por fim, ainda continuo a preferir Petrobras ‘sob nova direção’ à Vale, agora, talvez mais do que antes, colada à China”, diz.

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