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Fitch rebaixa ratings da Petrobras; perspectiva é negativa

A agência de classificação de riscos rebaixou os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e local, e colocou a estatal em perspectiva negativa

Petrobras: rebaixamento dos ratings da Petrobras afeta cerca de US$ 50 bilhões em dívidas da empresa (Acordo salgado)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 17h39.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta terça-feira os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e local para "BBB-" ante "BBB", e simultaneamente colocou a petroleira em observação negativa, o que significa que um eventual novo downgrade pode ocorrer em um prazo de três a seis meses.

Se houver um novo corte na nota, a Petrobras passa para grau especulativo, já que a sua atual classificação é a mais baixa dentro do grau de investimento.

Na semana passada, outra importante agência de classificação, a Moody's, cortou os ratings da estatal, citando preocupações com investigações sobre corrupção e possível pressão sobre a liquidez da companhia em função de atraso na divulgação de resultados financeiros auditados.

Apesar do rebaixamento, as ações preferenciais da estatal fecharam nesta terça-feira com a maior alta percentual diária em 16 anos, de mais de 15 por cento, com um encontro entre a presidente da República, Dilma Rousseff, e a presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster, reforçando as expectativas e rumores sobre uma troca no comando da empresa.

Segundo a Fitch, o rebaixamento dos ratings da Petrobras afeta cerca de 50 bilhões de dólares em dívidas da empresa.

"O rebaixamento reflete a crescente e prolongada incerteza sobre a capacidade da Petrobras de estimar e registrar ajustes em seus ativos fixos dentro do prazo necessário, o que permitiria a boa parte dos credores da empresa acelerar os pagamentos da dívida", afirmou a Fitch em nota.

As demonstrações financeiras da Petrobras relativas ao terceiro trimestre, divulgadas com atraso sem o aval do auditor externo na semana passada, embora permitam que a empresa atenda a obrigações estabelecidas em contratos de dívida (covenants), não incluíram nenhum ajuste nos ativos fixos, observou a Fitch. "A ausência de clareza aumenta o receio de que a companhia não seja capaz de realizar os ajustes necessários para cumprir os covenants que exigem que ela reporte demonstrações financeiras auditadas de final de ano 120 dias após o término do período, com mais sessenta dias de carência", ressaltou a agência de classificação.

Sem demonstrações auditadas, a Petrobras perde acesso aos mercados de dívida. A decisão de atrasar a contabilização dos ajustes ressalta as dificuldades para que se estimem a magnitude dos valores pagos em excesso, decorrentes do esquema de corrupção, bem como o valor justo dos ativos fixos, comentou a agência.

O rebaixamento dos ratings também reflete o potencial impacto que o escândalo de corrupção terá na capacidade de a Petrobras atingir as expectativas da Fitch para a sua produção, considerando a atual proibição de contratar 23 grupos fornecedores em função das denúncias de corrupção.

*Atualizada às 18h39 do dia 03/02/2015

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São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta terça-feira os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e local para "BBB-" ante "BBB", e simultaneamente colocou a petroleira em observação negativa, o que significa que um eventual novo downgrade pode ocorrer em um prazo de três a seis meses.

Se houver um novo corte na nota, a Petrobras passa para grau especulativo, já que a sua atual classificação é a mais baixa dentro do grau de investimento.

Na semana passada, outra importante agência de classificação, a Moody's, cortou os ratings da estatal, citando preocupações com investigações sobre corrupção e possível pressão sobre a liquidez da companhia em função de atraso na divulgação de resultados financeiros auditados.

Apesar do rebaixamento, as ações preferenciais da estatal fecharam nesta terça-feira com a maior alta percentual diária em 16 anos, de mais de 15 por cento, com um encontro entre a presidente da República, Dilma Rousseff, e a presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster, reforçando as expectativas e rumores sobre uma troca no comando da empresa.

Segundo a Fitch, o rebaixamento dos ratings da Petrobras afeta cerca de 50 bilhões de dólares em dívidas da empresa.

"O rebaixamento reflete a crescente e prolongada incerteza sobre a capacidade da Petrobras de estimar e registrar ajustes em seus ativos fixos dentro do prazo necessário, o que permitiria a boa parte dos credores da empresa acelerar os pagamentos da dívida", afirmou a Fitch em nota.

As demonstrações financeiras da Petrobras relativas ao terceiro trimestre, divulgadas com atraso sem o aval do auditor externo na semana passada, embora permitam que a empresa atenda a obrigações estabelecidas em contratos de dívida (covenants), não incluíram nenhum ajuste nos ativos fixos, observou a Fitch. "A ausência de clareza aumenta o receio de que a companhia não seja capaz de realizar os ajustes necessários para cumprir os covenants que exigem que ela reporte demonstrações financeiras auditadas de final de ano 120 dias após o término do período, com mais sessenta dias de carência", ressaltou a agência de classificação.

Sem demonstrações auditadas, a Petrobras perde acesso aos mercados de dívida. A decisão de atrasar a contabilização dos ajustes ressalta as dificuldades para que se estimem a magnitude dos valores pagos em excesso, decorrentes do esquema de corrupção, bem como o valor justo dos ativos fixos, comentou a agência.

O rebaixamento dos ratings também reflete o potencial impacto que o escândalo de corrupção terá na capacidade de a Petrobras atingir as expectativas da Fitch para a sua produção, considerando a atual proibição de contratar 23 grupos fornecedores em função das denúncias de corrupção.

*Atualizada às 18h39 do dia 03/02/2015

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