Fitch rebaixa perspectiva da dívida japonesa para 'negativa'
A perspectiva piorou devido ao forte endividamento do país
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2011 às 10h19.
Tóquio - A agência de classificação Fitch Ratings rebaixou neste sexta-feira de "estável" para "negativa" a perspectiva a longo prazo da dívida do Japão, em consequência do forte endividamento do país, que representa 210% do PIB.
Assim, a Fitch pode vir a reduzir também a nota do país, que hoje é "AA", terceiro melhor nível de um ranking de 22.
"A dívida bruta do governo chegou a 210% do PIB no final de 2010, de longe a proporção mais alta das dívidas dos Estados classigficados pela Fitch", justifica a agência em um comunicado.
A agência reconhece que no caso da dívida líquida (que equivale à dívida bruta menos os bens do Estado), "o Japão se diferencia pouco de outros países com notas altas, devido, em parte, ao fato de contar no final de 2010 com a segunda maior reserva de divisas do mundo, com mais de um bilhão de dólares".
"Mas a insolvência do governo avança", adverte a Fitch, lembrando que a progressão da dívida bruta do país entre 2007 e 2012 foi a terceira mais rápida dos países classificados pela agência "depois da Irlanda e da Islândia, cujos sistemas bancários estiveram em crise".
A agência estima que o governo japonês deveria aumentar seus gastos em 2% do PIB em 2011 e 2012 para reconstruir a região nordeste, devastada pelo terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami do dia 11 de março.
"Por si só, este elemento não modificará a nota", afirma a Fitch.
"Mas existe um risco considerável de degradação das finanças públicas devido ao custo desconhecido da limpeza da central nuclear de Fukushima", que sofreu um grave acidente em consequência da catástrofe de março, e cuja operadora ainda tenta resfriar o combustível sem provocar novos vazamentos radioativos.
Além disso, a agência explica que pode reduzir sua previsão de crescimento para o país, calculado atualmente em 0,5% para 2011, devido aos "atrasos no restabelecimento da produção de eletricidade", que vão impor restrições ao consumo de energia e perturbar a atividade durante o verão.
Além da paralisação de mais de dez reatores nucleares no leste e norte do Japão, o terremoto também provocou danos em centrais térmicas, prejudicando a produção energética.
A Fitch destaca por fim que decidirá sobre reduzir a nota ou revisar sua perspectiva para "estável" em função da elaboração ou não de um "plano sólido e crível de consolidação (orçamentária) atrelado a uma perspectiva política clara para sua aplicação".
Tóquio - A agência de classificação Fitch Ratings rebaixou neste sexta-feira de "estável" para "negativa" a perspectiva a longo prazo da dívida do Japão, em consequência do forte endividamento do país, que representa 210% do PIB.
Assim, a Fitch pode vir a reduzir também a nota do país, que hoje é "AA", terceiro melhor nível de um ranking de 22.
"A dívida bruta do governo chegou a 210% do PIB no final de 2010, de longe a proporção mais alta das dívidas dos Estados classigficados pela Fitch", justifica a agência em um comunicado.
A agência reconhece que no caso da dívida líquida (que equivale à dívida bruta menos os bens do Estado), "o Japão se diferencia pouco de outros países com notas altas, devido, em parte, ao fato de contar no final de 2010 com a segunda maior reserva de divisas do mundo, com mais de um bilhão de dólares".
"Mas a insolvência do governo avança", adverte a Fitch, lembrando que a progressão da dívida bruta do país entre 2007 e 2012 foi a terceira mais rápida dos países classificados pela agência "depois da Irlanda e da Islândia, cujos sistemas bancários estiveram em crise".
A agência estima que o governo japonês deveria aumentar seus gastos em 2% do PIB em 2011 e 2012 para reconstruir a região nordeste, devastada pelo terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami do dia 11 de março.
"Por si só, este elemento não modificará a nota", afirma a Fitch.
"Mas existe um risco considerável de degradação das finanças públicas devido ao custo desconhecido da limpeza da central nuclear de Fukushima", que sofreu um grave acidente em consequência da catástrofe de março, e cuja operadora ainda tenta resfriar o combustível sem provocar novos vazamentos radioativos.
Além disso, a agência explica que pode reduzir sua previsão de crescimento para o país, calculado atualmente em 0,5% para 2011, devido aos "atrasos no restabelecimento da produção de eletricidade", que vão impor restrições ao consumo de energia e perturbar a atividade durante o verão.
Além da paralisação de mais de dez reatores nucleares no leste e norte do Japão, o terremoto também provocou danos em centrais térmicas, prejudicando a produção energética.
A Fitch destaca por fim que decidirá sobre reduzir a nota ou revisar sua perspectiva para "estável" em função da elaboração ou não de um "plano sólido e crível de consolidação (orçamentária) atrelado a uma perspectiva política clara para sua aplicação".