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Fibria Celulose quer rating de grau de investimento

A companhia reduziu os níveis de dívida, enquanto também estuda possíveis aquisições


	Fábrica da Fibria: O presidente da Fibria afirmou ainda que a empresa tem vendido ativos não essenciais.
 (Germano Lüders/EXAME)

Fábrica da Fibria: O presidente da Fibria afirmou ainda que a empresa tem vendido ativos não essenciais. (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O presidente da Fibria Celulose, Marcelo Castelli, disse nesta quinta-feira que a empresa promove uma forte campanha para obter um rating (nota) de grau de investimento, ao reduzir os níveis de dívida, enquanto estuda possíveis aquisições, em meio à consolidação do setor.

"Obter um grau de investimento é o nosso foco agora. Com isso, nós poderemos acessar os mercados de dívida a um custo menor, aumentando o crédito para a companhia e gerando valor para os acionistas", afirmou Castelli em uma entrevista para a agência Dow Jones. Atualmente a Fibria tem rating BB+ da Fitch e da Standard & Poor's, e Ba1 da Moody's. Nos três casos a nota da empresa está apenas um nível abaixo do grau de investimento.

A companhia tinha uma dívida de R$ 9,9 bilhões no fim do primeiro trimestre, além de um caixa de R$ 2,4 bilhões. "Eu acredito que eles podem obter o grau de investimento até o fim deste ano, devido aos esforços atuais para reduzir a dívida", comenta Victor Penna, analista da indústria de papel e celulose da BB Investimentos.

Segundo analistas, as empresas desse setor podem obter o grau de investimento quando o nível de dívida atingir 2,5 vezes o Ebtida. No fim do primeiro trimestre a dívida da Fibria era de 3,1 vezes o Ebtida, ante 5,2 no mesmo período do ano passado.

Na entrevista para a Dow Jones, Castelli comentou que a entrada em funcionamento de novas unidades produtoras de celulose ao longo dos próximos dois anos deve pressionar a rentabilidade de algumas empresas do setor e forçar uma reestruturação da indústria. "Isso vai criar um ambiente favorável para fusões e aquisições, em um mercado que ainda é altamente fragmentado", comentou.

Questionado se a Fibria poderia comprar ativos em outros países, Castelli afirmou que "faz mais sentido olhar para o Brasil, onde já estamos instalados e podemos gerar mais sinergias, mas estamos alerta para toda e qualquer oportunidade".

O presidente da Fibria afirmou ainda que a empresa tem vendido ativos não essenciais. "Nós estamos vendendo terrenos, incluindo fazendas. Nossa vocação é sermos uma gestora de florestas, não a dona dos terrenos. Nossa meta para o longo prazo é reduzir em um terço a necessidade de terra para produzir celulose, aumentando a produtividade de 10 toneladas por hectare por ano para 15 toneladas até 2015". Fonte: Dow Jones Newswires.

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