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Private equity contabilizou R$ 108,4 bi em 2012, diz FGV

O estudo técnico é inédito e está sendo concluído pelo Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital (GVcepe) da FGV-EAESP, em parceria com o Ipea


	Dinheiro: os dez maiores gestores reportaram ter US$ 2,85 bilhões de capital comprometido médio alocado ao Brasil em 2012
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dinheiro: os dez maiores gestores reportaram ter US$ 2,85 bilhões de capital comprometido médio alocado ao Brasil em 2012 (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 15h27.

São Paulo - O Brasil contabilizava, no final de 2012, mais de US$ 53 bilhões (R$ 108,4 bilhões) de capital comprometido para investimentos em participações, dos quais mais de US$ 33 bilhões eram representados por veículos de investimentos com capital acima de US$ 500 milhões, segundo o Panorama do Ecossistema de Private Equity e Venture Capital no Brasil 2010-2012.

O estudo técnico é inédito e está sendo concluído pelo Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital (GVcepe) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os investimentos anuais saltaram de US$ 6,4 bilhões no biênio 2008-2009 para US$ 21,2 bilhões no triênio de 2010-2012, conforme o Panorama. Na mesma linha evolutiva estão as taxas de retorno, analisadas pela primeira vez de modo agregado, na história da indústria de private equity e venture capital brasileira.

No triênio coberto pelo estudo do GVcepe, a taxa interna de retorno média anual da amostra, antes de impostos, situou-se em 23%, com um desvio-padrão de 34%.

Para os professores Cláudio Furtado, diretor do GVcepe, e Marcelo Fernandes, diretor técnico da pesquisa, os resultados apresentados pelos gestores no Brasil têm impulsionado tanto a escala dos fundos de investimentos que atuam no país quanto o número de participantes dessa indústria.

"Observamos um processo evolutivo sustentável dos fundos de médio e grande porte e a expressiva entrada de players no venture capital e early Stage (expansão inicial), assim como o registro de mais de 720 empresas investidas por esses fundos no País. Quem ingressou nessa indústria há mais de sete anos já ganhou escala; chegaram novos entrantes para ocupar nichos de oportunidades, muitos deles fundos internacionais", avaliaram, em nota.

Foram analisados quase 280 veículos de investimentos no triênio 2010-2012. Desses, 36 têm individualmente mais de US$ 500 milhões de capital comprometido, e 11 deles estão acima de US$ 1 bilhão. "A escala das organizações gestoras aumentou quase 60% desde 2009, data do último censo do GVcepe", comentou Furtado.

Os dez maiores gestores reportaram ter US$ 2,85 bilhões de capital comprometido médio alocado ao Brasil em 2012; e 102 veículos com capital inferior a US$ 50 milhões totalizavam US$ 3 bilhões. Desses, 50 veículos foram captados no triênio, indicando expressiva entrada no setor.

Em consequência, o segmento de jovens empresas deverá receber importante influxo de investimentos nos próximos anos. "O PE&VC brasileiro tem prática consolidada de investir em empresas jovens: mais de 50% das empresas em carteira em 2012 receberam seu primeiro investimento quando viviam seu estágio semente-venture capital", acrescentou o professor.

Ele também ressalta que os investimentos totais de PE&VC atingiram US$ 21,2 bilhões (R$ 37,6 bilhões), um recorde histórico. O investimento médio anual mais que dobrou em relação a 2008-2009.

A captação de recursos no triênio passou por dramática mudança estrutural em relação a 2008-2009. Recursos captados em reais representaram mais de 75% do total de US$ 28,5 bilhões (R$ 50,2 bilhões) no triênio, contra aproximadamente 45% dos recursos totais captados no biênio anterior, o que indica expressivo amadurecimento dos investidores institucionais brasileiros em relação à classe de ativos do PE&VC.

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