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Exterior piora e juros voltam a ter viés de baixa

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 marcava mínima de 7,32%, de 7,34% no ajuste

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2012 às 16h03.

São Paulo - As taxas futuras de longo prazo até ameaçaram subir em reação à perspectiva de Selic menor em 2013, segundo apontou a pesquisa Focus, o que poderia exigir mais esforço do Banco Central para conter a inflação no futuro. Mas o movimento foi pontual e, durante a tarde, o mercado de juros retomou o viés de baixa, em linha com a piora do ambiente externo e diante das expectativas em torno da eleição norte-americana, nesta terça-feira (06). Por aqui, além da Focus, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que o IPC acelerou para 0,80% em outubro, de 0,55% em setembro.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (50.950 contratos) marcava mínima de 7,32%, de 7,34% no ajuste. A taxa para janeiro de 2015, com 89.495 contratos, estava em 7,80%, também na mínima, de 7,83% na quinta-feira. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (95.055 contratos) apontava 8,52%, de 8,53%. A taxa do DI para janeiro de 2021 (4.375 contratos) indicava 9,14%, ante 9,16% no ajuste.

"O cenário externo acabou prevalecendo ao longo do dia e explica o viés de baixa das taxas. Além disso, na véspera da eleição nos EUA, a aversão ao risco ganhou um pouco de força", ponderou um profissional da área de renda fixa. "O quadro das eleições norte-americanas está completamente indefinido. E também não há consenso sobre qual resultado será melhor ou pior para os mercados", completou.


Internamente, a pesquisa Focus mostrou revisão em baixa das expectativas para a Selic em 2013. As instituições consultadas pelo BC projetam a taxa básica em 7,63% no ano que vem, de 7,75% uma semana antes. Para este ano, a expectativa segue inalterada em 7,25%. Mas o grupo formado pelas instituições que mais acertam as projeções, chamado de top five, já coloca a Selic em 7,25% também no próximo ano, fato que se repetiu pela quarta semana seguida. No que tange à inflação, as mudanças foram pontuais. Para o IPCA em 2012, a mediana das estimativas cedeu de 5,45% para 5,44%, de acordo com a Focus. Para o próximo ano, as perspectivas seguiram em 5,40%. A mediana das projeções suavizadas para o IPCA 12 meses à frente passou de 5,40% para 5,37%.

Já o IPC da Fipe, apesar da aceleração na comparação mensal, perdeu força em relação à terceira quadrissemana de outubro, quando foi de 0,84%. O resultado de 0,80% ficou levemente abaixo da mediana encontrada pelo AE Projeções, de 0,81%. Apesar disso, o coordenador do IPC da Fipe, Rafael Costa Lima, elevou de 4,80% para 5,00% a projeção para a inflação de 2012 na capital paulista.

De volta ao exterior, os dados conhecidos hoje também não foram positivos. Nos EUA, o índice de atividade do setor de serviços caiu para 52,4 em outubro, de 55,1 em setembro e abaixo das estimativas, de 54,5. E o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da China, medido pelo HSBC, caiu para 53,5 em outubro ante 54,3 registrado em setembro.

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