Por Álvaro Campos

Londres - As bolsas europeias fecharam em queda, ainda prejudicadas pela crise da dívida da zona do euro. Apesar de a Irlanda solicitado formalmente ajuda à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o Partido Verde, que faz parte da base do governo do país, pediu que sejam realizadas eleições gerais na segunda quinzena de 2011. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 1,76 ponto (0,65%), a 267,94 pontos, após atingir a máxima intraday de 271,68 pontos.

O líder do Partido Verde irlandês, John Gormley, disse que as eleições gerais são necessárias para dar certeza política ao povo. Para Daragh Maher, analista sênior de câmbio do banco Crédit Agricole, no longo prazo uma nova eleição na Irlanda pode ajudar a promover um período de estabilidade política. Entretanto, no curto prazo "é um outro fator de incerteza".

No domingo a Irlanda solicitou um pacote de ajuda de dezenas de bilhões de euros que incluirá dinheiro para cobrir o déficit fiscal do governo e ajudar o problemático sistema bancário do país. O ministro de Finanças irlandês, Brian Lenihan, sugeriu que o governo está planejando uma reforma do sistema bancário. A agência de classificação de risco Moody's disse que um rebaixamento de várias notas é o resultado mais provável da revisão que está sendo feita sobre o rating da Irlanda.

O índice ISEQ, da Bolsa de Dublin, fechou em queda de 41,74 pontos (1,49%), a 2.756,73 pontos. As ações do Bank of Ireland perderam 19,13%, as do Allied Irish Banks recuaram 6,21% e as do Irish Life & Permanent Group caíram 26,96%.

O entusiasmo com a resolução da situação da Irlanda se dissipou rapidamente e investidores temem um possível contágio para outros países da periferia da zona do euro, como Portugal e Espanha. O primeiro-ministro português, José Sócrates, se adiantou e negou que o país precise de ajuda externa. "Provavelmente é uma questão de quando vai ocorrer o próximo problema, em vez de se existirá outro problema", disse Jim Reid, estrategista do Deutsche Bank.

Londres

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 52,00 pontos (0,91%), a 5.680,83 pontos. O setor financeiro puxou a queda, devido à exposição dos bancos do país às dívidas da Irlanda (HSBC -0,56%, RBS -4,62%, Barclays -1,53% e Lloyds -4,18%). Entre as mineradoras, a Xstrata teve queda de 1,52%, a Rio Tinto registrou retração de 1,06% e a BHP Billiton perdeu 0,56%.

Frankfurt

O índice DAX-30, da Bolsa de Frankfurt, teve queda de 21,50 pontos (0,31%), a 6.822,05 pontos. As ações do Commerzbank caíram 1,90% e as do Deutsche Bank recuaram 1,40%. A mineradora Kali & Salz Beteiligungs perdeu 2,06%. Mas as montadoras tiveram um desempenho bom. A BMW subiu 1,80%, após ter seu preço-alvo elevado pelo Barclays. A Volkswagen avançou 2,61%, depois de anunciar um plano de investimentos na sexta-feira passada. Além disso, o Bank of America Merrill Lynch elevou a recomendação para diversas montadoras, afirmando que tem uma postura positiva sobre o setor automotivo, com a expectativa de que melhoras nos mercados desenvolvidos e lucros sustentáveis na China compensem pressões de custos.

Paris

Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 recuou 41,27 pontos (1,07%), a 3.818,89 pontos. Mais uma vez o setor bancário foi o responsável pela retração (BNP Paribas -2,16%, Crédit Agricole -3,82%, Société Générale -2,82%). A Alcatel, do setor de tecnologia, recuou 3,72%. A ArcelorMittal teve desvalorização de 2,01%. Entre as montadoras, a Peugeot avançou 0,90% e a Renault ganhou 1,48%.

Madri, Milão e Lisboa

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou com queda de 275,30 pontos (2,68%), a 9.996,40 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, teve perda de 400,92 pontos (1,93%), a 20.372,20 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 fechou em queda de 107,56 ponto (1,36%), a 7.787,64 pontos. As informações são da Dow Jones.