Washington - O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, disse nesta quinta-feira que a política monetária expansiva exerceu 'um papel construtivo' na recuperação econômica do país e negou que ela tenha gerado pressões inflacionárias.

'Acho que, olhando para trás, essas ações de expansão quantitativa exerceram um papel construtivo', afirmou Bernanke ante um comitê do Senado americano, no segundo dia de seu discurso semestral ante membros do Congresso para comentar a situação econômica do país.

Nos últimos anos, o Fed realizou duas operações de compra em massa de bônus do Tesouro dos EUA no valor de US$ 600 bilhões para injetar liquidez na economia, em um movimento conhecido como 'quantitative easing' (expansão quantitativa) para estimular a economia após a crise de 2008.

Mais uma vez, Bernanke reiterou a importância de os parlamentares equilibrarem as contas fiscais da nação. 'Precisamos que o Congresso faça todos os esforços possíveis para restabelecer a sustentabilidade fiscal nos EUA (...) Os problemas a longo prazo precisam de soluções a longo prazo'.

Sobre a crise financeira na Europa, ele insistiu que a 'impressão' do Fed é que 'as exposições diretas dos bancos dos EUA à dívida soberana europeia, particularmente aos países mais debilitados, é bastante limitada'.

No entanto, manteve a prudência ao dizer que a interconexão dentro do sistema financeiro internacional é tão estreita que um 'grande problema financeiro na Europa' teria sem dúvida consequências nos Estados Unidos.

Em sua reunião de janeiro, o Fed anunciou que deve manter os juros de referência em níveis extremamente baixos, entre 0% e 0,25% até o fim de 2014, ante as modestas perspectivas de crescimento da economia americana.