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Espanha emite € 3,537 bi obrigações a juros maiores

Rendimento dos papéis da dívida espanhola continuam em um nível mais próximo de outros países europeus, que não Grécia, Portugal e Irlanda (os outros Piigs)

Juro marginal da emissão de títulos espanhóis é o maior desde janeiro (Getty Images)

Juro marginal da emissão de títulos espanhóis é o maior desde janeiro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 08h50.

Madri - A Espanha colocou nesta quarta-feira 3,537,68 bilhões de euros em obrigações para dez e 13 anos e subiu o juro marginal das primeiras até 5,483%, o mais elevado desde janeiro, quando chegou a 5,60%.

A emissão ocorreu dois dias após o Tesouro espanhol por 4,658 bilhões de euros em letras para 12 e 18 meses com juro mais alto dos últimos quatro meses, em um momento em que a pressão sobre os países periféricos da União Europeia (UE) - Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha - é crescente.

Ao todo, o Tesouro adjudicou nesta quarta 2,665 bilhões de euros em obrigações para dez anos e 885,26 milhões de euros para 13 anos, com juro marginal de 5,695% para a segunda quantia e a demanda em conjunto superou os 7,7 bilhões de euros.

A desta quarta-feira é a segunda emissão consecutiva em que a Espanha teve de subir o rendimento do pagamento por sua dívida, após cinco leilões seguidos que se saldaram com menores juros e fortíssima demanda.

As dúvidas sobre a capacidade da Grécia para honrar os compromissos com seus credores, as mudanças que pode introduzir o novo Governo irlandês nos planos de reestruturação e austeridade e a possibilidade que o recém eleito Governo da Finlândia bloqueie o plano de resgate de Portugal prejudicaram a cotação da dívida soberana destes países.

A rentabilidade do bônus alemão para dez anos ficou depois da emissão espanhola em 3,312%, enquanto que o bônus hispânico era de 5,506%, com o que o prêmio de risco era reduzido para 219 pontos básicos, a partir dos 221 da abertura.

O rendimento do bônus espanhol está em níveis mais próximos aos de países como Itália (4,755%) e Bélgica (4,325%) que de Portugal (9,014%), Irlanda (9,693%) e Grécia (14,392%).

O prêmio de risco espanhol, que chegou a alcançar seu máximo em 30 de novembro de 2010 - 289 pontos básicos - se mantém em torno dos 200 pontos desde o início do ano, enquanto que a portuguesa supera os 570, a irlandesa os 630, e a grega ultrapassa os 1 mil.

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