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Entenda por que as bolsas americanas voltaram a subir

Dados econômicos fortes e índice de inflação sob controle amenizam temor de que o Fed será obrigado a aumentar os juros

Painel do índice Nasdaq na Times Square, em Nova York (Scott Eells/Bloomberg)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de março de 2021 às 15h34.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 07h54.

Os principais índices de ações do mercado americano voltaram a subir nesta quinta-feira, 11, embalados pela aprovação do pacote de estímulo de 1,9 trilhão de dólares. O Dow Jones fechou com recorde histórico.

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Duas notícias embalam a volta dos investidores às compras de ações: a aprovação do pacote de estímulos de 1,9 trilhão de dólares pelo Congresso americano e dados de inflação ao consumidor em fevereiro abaixo do esperado. Como reflexo, os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro tiveram queda.

O tom positivo destoa do clima nas bolsas dos Estados Unidos até a semana passada, quando o rendimento dos títulos americanos bateram o maior patamar em 13 meses e isso estava levando a queda das ações.

Inversamente proporcional à demanda, o rendimento dos títulos costuma subir quando há percepção de que a inflação vai se acelerar, o que obrigar o Federal Reserve (Fed) a aumentar os juros.

A alta do rendimento dos títulos equivale ao aumento dos juros de longo prazo, que são referência para as taxas da economia. É um efeito que desaquece a atividade e incentiva investidores a deixarem a bolsa.

O receio de que o crescimento da economia gere pressões inflacionárias tem sido reforçado com dados positivos recentes, como os índices de gerente de compras acima do esperado e a melhora do mercado de trabalho.

Na sexta-feira da semana passada, 5, o relatório de empregos não-agrícolas, o payroll, revelou a maior criação de empregos desde outubro do ano passado, ainda antes de novas medidas de isolamento serem impostas para conter a segunda onda de coronavírus no país. Foram 379.000 vagas criadas em fevereiro, e a tendência é que esse número cresça ainda mais com o pacote de quase 2 trilhões de dólares.

Nesta quinta, 11, foi a vez dos pedidos de seguro desemprego caírem para o menor patamar desde novembro, também sinalizando que pior da crise ficou para trás nos Estados Unidos.

Já o principal indicador de inflação do país, o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro saiu dentro das expectativas, com alta de 0,4%. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 1,7%, abaixo da antiga meta de inflação do Fed, de 2%. Como resultado, o rendimento dos títulos americanos de 10 anos teve a terceira maior queda do ano, recuando quase 5%.

Com a queda dos rendimentos dos títulos, a bolsa de Nasdaq, que era a que mais sofria entre as americanas, voltou a ser destaque de alta. Com maior concentração de empresas de crescimento - mais dependentes de um custo de crédito baixo -, o índice Nasdaq acumula alta de mais de 5% na semana, embora, no mês, as perdas superem 4%.

Apesar da aparente tranquilidade, o mercado prestará muita atenção ao Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que será divulgado nesta sexta-feira, 12.

O indicador, que costuma ser mais sensível à variação das commodities (que estão em alta) foi um dos motivos que alarmaram os investidores para o risco de inflação. Publicado em fevereiro, o PPI referente ao mês de janeiro teve alta mensal de 1,3% no mês - a maior desde 2012 e 90 pontos base acima da expectativa de alta de 0,4%.

Para esta divulgação, referente a fevereiro, a expectativa é de alta mensal de 0,5%.

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