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Agora é para valer: Congresso dos EUA aprova pacote de US$ 1,9 tri de Biden

Em primeira grande vitória do presidente Joe Biden, o Congresso dos EUA aprovou nesta quarta-feira o pacote trilionário de estímulo contra a crise econômica, apesar de oposição republicana

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Biden: aprovação do pacote de estímulo sem grandes alterações foi vista como vitória do presidente no Congresso (Ken Cedeno/CNP/Bloomberg/Getty Images)

Biden: aprovação do pacote de estímulo sem grandes alterações foi vista como vitória do presidente no Congresso (Ken Cedeno/CNP/Bloomberg/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 10 de março de 2021, 16h27.

Última atualização em 10 de março de 2021, 20h11.

Após semanas de negociações, o Congresso dos Estados Unidos aprovou na tarde desta quarta-feira, 10, o pacote de estímulo à economia proposto pelo presidente Joe Biden. O estímulo de 1,9 trilhão de dólares foi aprovado na Câmara com pequena maioria, após já ter passado pelo Senado no fim de semana e uma primeira vez pela Câmara no fim de fevereiro.

A lei agora precisa ser sancionada por Biden, o que deve acontecer rapidamente. A porta-voz da Casa Branca disse logo após a aprovação que o governo trabalhará "a toda velocidade" para garantir que o dinheiro chegue rapidamente aos americanos.

Apesar de críticas do Partido Republicano à dimensão do pacote de estímulo, o projeto foi pouco alterado em relação ao proposto por Biden — a principal exceção sendo o aumento do salário mínimo, que os democratas concordaram em retirar do texto. A aprovação é a primeira grande vitória política de Biden no Congresso desde que o democrata assumiu o comando, em 20 de janeiro.

O texto final inclui 400 bilhões de dólares para um pagamento único de 1.400 dólares a americanos. Estão previstos ainda 300 dólares por semana em auxílio-desemprego (que será ampliado para as 9,5 milhões de pessoas que ficaram sem trabalho na crise).

Outros 350 bilhões de dólares serão para ajuda a governos estaduais e locais que estejam com problemas orçamentários.

"A lei coloca quase 1 trilhão de dólares nos bolsos do povo americano", disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que é democrata. "Eu me junto ao presidente Biden em sua promessa: a ajuda esta a caminho."

Os democratas acabaram concordando em retirar do texto a proposta de aumento do salário mínimo, uma promessa de campanha de Biden. A proposta era aumentar o mínimo dos atuais 7,25 dólares a hora (cerca de 1.160 dólares mensais em uma jornada de 40 horas semanais) para 15 dólares a hora (cerca de 2.400 por 40 horas/mês).

Câmara dos EUA em votação nesta quarta-feira, 10: democratas abriram mão de incluir aumento do salário mínimo no texto (Joshua Roberts/Reuters) (Joshua Roberts/Reuters)

A retirada do trecho foi parte de uma manobra feita pelos democratas: pelas regras legislativas americanas, para que não precisassem de dois terços das Casas para passar o texto, mas somente de maioria simples, algumas mudanças precisaram ser retiradas do projeto. Por outro lado, a maioria menor fez com que os democratas passassem trechos que sofriam dura oposição republicana, como o auxílio a governos locais.

A aprovação mostra a importância da maioria democrata na Câmara e da recém conquistada maioria no Senado, mas também deixa claro como as votações serão apertadas daqui em diante. O texto foi aprovado por 220 a 211 votos na Câmara, um voto a mais do que na primeira vez que a Casa votou o projeto e praticamente se apoiando na maioria democrata (que é de 221 a 211). No Senado, o texto havia passado por 50 a 49, sem nenhum republicano votando a favor.

A tramitação mostrou que, para eventuais mudanças que exijam dois terços do Congresso, a vida de Biden será dura. 

Recuperação econômica

O montante aprovado é um dos maiores pacotes econômicos da história dos EUA. Em 2020, ainda sob o governo de Donald Trump, os Estados Unidos já haviam passado um pacote de 1,7 trilhão de dólares em março, com pagamentos a famílias e estímulos a pequenas empresas. No fim do ano, já em dezembro, o Congresso aprovou ainda outro pacote, de 915 bilhões de dólares.

O mercado financeiro tem apostado no pacote para auxiliar a retomada da economia dos EUA, um dos principais fatores a embasar a alta dos principais índices acionários do mundo nos últimos meses. O PIB americano fechou 2020 com queda de 3,5%. Para este ano, a OCDE revisou a projeção de 3,2% para 6,5% em seu relatório nesta semana, já levando em conta a aprovação dos estímulos.

 

O desemprego nos EUA bateu 6,3% em fevereiro, com pouco mais de 10 milhões de pessoas desempregadas. Embora a taxa seja menor do que os picos de abril, de quase 15%, está ainda muito acima dos níveis pré-pandemia, em que o desemprego estava em mínimas históricas, em 3,5%.

Nesta segunda-feira, 8, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse que o estímulo trilionário vai fomentar uma recuperação "muito forte" da economia.

Além do pacote de estímulo, uma das principais apostas americanas para a economia nos próximos meses é o avanço da vacinação. Após um começo lento, os EUA têm conseguido vacinar mais de 2 milhões de pessoas por dia. São até agora mais de 95 milhões de doses aplicadas, cerca de 29 doses a cada 100 habitantes. Quase 19% da população recebeu ao menos a primeira dose, e quase 10% já recebeu a segunda. No Brasil, a porcentagem de vacinados está em cerca de 4%.

O avanço da vacinação tem feito cair o número de novos casos e óbitos por covid-19 no país. A média móvel de novos casos diários caiu mais de 70% desde janeiro.

 

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