Mercados

Empresas anunciam recompra em ações; poucas dizem resultados

Até ontem, 69 empresas mantém programas de recompras de suas próprias ações que, se realizados totalmente, significariam R$ 16,145 bilhões em papéis


	Bovespa: número de recompras cresce em períodos de baixa da bolsa
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: número de recompras cresce em períodos de baixa da bolsa (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 17h18.

São Paulo - Até ontem, 69 empresas mantinham programas de recompras de suas próprias ações na BM&FBovespa que, se realizados em sua totalidade, significariam um total de R$ 16,145 bilhões em papéis.

O valor cresceu ligeiramente em relação a dezembro, quando 68 empresas estavam comprando de volta seus papéis, avaliados em R$ 15,687 bilhões, por conta da entrada de Gerdau na lista.

A metalúrgica anunciou esta semana um programa de recompra, de R$ 59 milhões. Os dados foram organizados pela corretora Guide Investimentos.

O número de recompras cresce em períodos de baixa da bolsa porque as empresas com sobra de caixa preferem comprar seus próprios papéis a preços mais baixos a aplicar os recursos no mercado.

É também uma forma de ajudar a valorizar os papéis ou evitar uma queda mais brusca pela falta de compradores que normalmente ocorre nos momentos ruins de mercado.

A empresa ajuda assim a proteger o investidor ao dar liquidez para os papéis. E evita uma queda maior do mercado brasileiro.

Por isso, quando uma empresa anuncia um programa de recompra, seus papéis costumam se valorizar.

Isso não significa, porém, que a recompra vai ocorrer de fato. Analistas observam que algumas empresas simplesmente vão renovando os programas sem comprar nada, apenas para influenciar os mercados ou passar uma ideia de preocupação com os investidores.

Ajuda nesse estratagema usado por algumas empresas o fato de não ser obrigatório divulgar os resultados das recompras.

E a maioria não dá essas informações ao mercado quando encerra os programas, ou o faz de maneira incompleta.

Segundo a Guide, das ofertas encerradas de setembro para cá, por exemplo, 17 não informaram o resultado das recompras. Outras 11 divulgaram os dados, informando um total recomprado de R$ 676,7 milhões.

A maior operação de recompra em andamento é da Itaúsa, holding do Grupo Itaú, que se realizada em sua totalidade chegaria a R$ 2,435 bilhões em ações preferenciais (PN, sem voto) e R$ 723 milhões em ações ordinárias (ON, com voto), ou seja, R$ 3,158 bilhões.

O Banco Itaú vem em seguida, com proposta de recompra de até R$ 1,655 bilhão em ações PN.

O frigorífico JBS Friboi pode recomprar até R$ 1,292 bilhão em ações ON. E o Banco do Brasil estima recompras de até R$ 1,110 bilhão.

Abaixo, as empresas que encerraram programas de recompra recentemente e não informaram os resultados e as que divulgaram.

Empresas que não informaram o resultado das recompras:

Ação Empresa Início Término Potencial de Recompra (R$)
ABRE11 ABRIL EDUC. 25/09/2013 23/09/2014 98.886.039,45
BVMF3 BMFBOVESPA 14/02/2014 31/12/2014 895.000.000,00
CIEL3 CIELO 12/12/2013 11/12/2014 167.992.000,00
CREM3 CREMER 10/01/2014 13/01/2015 13.965.840,00
PNVL3 DIMED 02/06/2014 29/11/2014 21.561.737,44
PNVL4 DIMED 02/06/2014 29/11/2014 3.988.714,20
ETER3 ETERNIT 23/10/2013 23/10/2014 6.280.000,00
IMCH3 IMC HOLDINGS 11/11/2013 11/11/2014 44.557.592,25
KLBN11 KLABIN 10/12/2013 09/12/2014 125.440.089,96
KLBN4 KLABIN 10/12/2013 10/12/2014 122.369.570,33
PINE4 PINE 06/05/2014 05/11/2014 12.165.668,80
POSI3 POSITIVO 27/11/2013 26/11/2014 1.855.387,96
PFRM3 PROFARMA 09/12/2013 05/12/2014 5.061.000,00
STBP11 SANTOS BR. 20/12/2013 20/12/2014 60.704.006,40
CSNA3 SID. NACIONAL 29/09/2014 29/12/2014 270.011.126,45
SLCE3 SLC AGRICOLA 13/11/2013 12/11/2014 21.139.840,75
TEMP3 TEMPO PART. 13/01/2014 12/01/2015 8.790.225,90
SHOW3 TIME FOR FUN 08/11/2013 07/11/2014 8.800.000,00
LUXM4 TREVISA 28/10/2013 29/10/2014 1.071.226,70

Empresas que divulgaram resultado das recompras:

Ação Empresa Início Término Potencial (R$) Recomprado (R$) Executado (em %)
ABCB4 ABC BRASIL 13/11/2013 13/11/2014 28.598.965,20 2.444.356 100,00
ALPA3 ALPARGATAS 07/12/2013 05/12/2014 - 0 -
ALPA4 ALPARGATAS 07/12/2013 05/12/2014 74.120.197,34 2.920.000 27,85
BRFS3 BRF 25/09/2014 14/10/2014 300.507.000,00 5.000.000 100,00
FRAS3 FRAS-LE 05/11/2014 24/11/2014 13.350.000,00 3.000.000 100,00
GFSA3 GAFISA 27/02/2014 18/11/2014 34.389.174,98 5.762.910 33,01
ROMI3 INDS ROMI 29/07/2014 29/07/2015 10.348.541,96 3.000.000 100,00
ITSA3 ITAUSA 05/11/2013 05/11/2014 41.268.500,00 4.535.000 5,67
ITSA4 ITAUSA 05/11/2013 05/11/2014 22.040.000,00 2.320.000 0,86
ITUB3 ITAUUNIBANCO 13/12/2013 15/12/2014 - 0 -
ITUB4 ITAUUNIBANCO 13/12/2013 15/12/2014 - 0 -
JSLG3 JSL 02/11/2013 06/11/2014 56.706.993,00 4.172.700 100,00
ODPV3 ODONTOPREV 25/02/2014 03/11/2014 56.379.816,00 6.202.400 100,00
RDNI3 RODOBENS 08/11/2013 29/12/2014 20.194.640,60 2.231.452 100,00
RDNI3 RODOBENS 07/11/2014 29/12/2014 18.816.687,60 2.079.192 100,00
Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasgestao-de-negociosResultadoservicos-financeiros

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado