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Empresário prepara a “Facebolsa” mundial

Criador da plataforma comprada pela BATS planeja um mercado com os princípios das redes sociais

Investidor (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 06h00.

São Paulo – O empresário do mercado financeiro Tony Mackay tem planos ambiciosos para criar uma nova bolsa mundial. Em entrevista ao site The Trade, Mackay revelou que trabalha na criação de uma plataforma de compra e venda de ações em grandes lotes (block trades), usando os princípios das redes sociais.

A ferramenta estaria disponível para grandes investidores dos Estados Unidos, Europa e Ásia e o objetivo é evitar ilhas de liquidez criadas com os investidores que não conseguem negociar grandes lotes de ações nas bolsas comuns. Tais negociações, por envolverem um gigantesco número de ações, influenciam os preços e diminuem o valor conseguido pelo vendedor.

Com a ferramenta, o executivo pretende facilitar a vida dos grandes gestores com a possibilidade de realizar as operações sob a supervisão de uma bolsa, mas com facilidades como a negociação de taxas com corretores para cada negócio.

Liquidez

Como os agentes de mercado escolhem com quem vão interagir e efetivar seus negócios, a plataforma pode trazer mais segurança. “Instituições compradoras e vendedoras terão de volta a possibilidade de priorizar seus negócios entre contrapartes confiáveis”, disse Mackay ao site.


Com o modelo atual de compra, Mackay avalia que, como não há muita interação e os grandes agentes do mercado protegem sua liquidez de rivais, o mercado acaba formando “ilhas de liquidez”, algo que ele pretende combater com sua plataforma.

A jugar pelo histórico de Mackay, a plataforma tem boas chances de ser bem sucedida. Em 2007, ele criou a Chi-X Europe, outra plataforma para negociar ações. Em novembro de 2011, a compra da plataforma pela BATS foi autorizada. Em março, as duas corresponderam juntas a 24,3% dos negócios com ação no mercado europeu.

Desafio regulatório

O plano de Mackay já está bem traçado. A plataforma já foi desenhada e a ideia inicial é iniciar apenas para ações e, só com o tempo, negociar outros ativos no mesmo ambiente.

O cronograma para começar a operar, porém, depende da aprovação de órgãos regulatórios.

Aqui no Brasil, isso já impediu um projeto parecido. Em fevereiro do ano passado a bolsa anunciou a criação do "Block Trade Facility", um ambiente especial para a negociação de grandes lotes de ações entre dois grandes investidores.

O sistema também protegeria pequenos investidores, pois a negociação de grandes blocos de ação no pregão acaba derrubando o preço do papel.

Pelo menos por enquanto, o projeto deve ficar parado, pois precisa de aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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