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Em um dia, Vale e Petrobras perdem R$ 46 bi em valor

Desde o início da crise provocada pelo coronavírus nos mercados, as exportadoras de commodities estão entre as que mais têm sofrido

Petrobras: valor da Petrobras caiu de R$ 341 bilhões para R$ 306 bilhões (Sergio Moraes/File Phot/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2020 às 09h33.

Última atualização em 7 de março de 2020 às 09h44.

São Paulo  — Em um dia de pânico nas bolsas de todo o mundo pelos efeitos do coronavírus na economia global, duas das maiores exportadoras brasileiras tiveram um pregão difícil. Com a queda nas cotações dos produtos que vendem (o minério de ferro caiu 2,5% só ontem, enquanto o petróleo recuou cerca de 10%), as ações de Vale e Petrobras recuaram ontem, respectivamente, 4,78% e 9,73%.

Em apenas um dia, as duas empresas perderam R$ 46 bilhões em valor de mercado, com o valor da Vale caindo de R$ 247 bilhões para R$ 235 bilhões e o da Petrobras de R$ 341 bilhões para R$ 306 bilhões.

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No caso do petróleo, que derrubou as cotações da Petrobras, o grande catalisador da queda de preços foi o fracasso da reunião da Opep, o cartel dos países exportadores do produto, e seus aliados. Nesse encontro, a Arábia Saudita defendia um corte de 1 5 milhão de barris diários na produção, como forma de reduzir a oferta e melhorar os preços.

A Rússia, porém, não concordou com o corte. Com isso, a cotação do petróleo WTI fechou em queda de 10,06%, em US$ 41,28 o barril, em Nova York. Já o petróleo Brent recuou 9,44%, fechando cotado a US$ 45,27 o barril em Londres.

Em relatório enviado a clientes, o banco alemão Commerzbank disse que o corte na produção proposto pela Opep seria "o mais pronunciado desde o fim de 2008, quando a demanda caiu como resultado da crise financeira e econômica" e que seria uma boa estratégia para os preços da commodity. De acordo com a instituição, sem o corte extra na produção, "o mercado teria de ser reequilibrado por um declínio na produção de óleo de xisto dos EUA, o que exigiria preços mais baixos por um período prolongado".

Commodities

Desde o início da crise provocada pelo coronavírus nos mercados financeiros globais, as exportadoras de commodities estão entre as empresas que mais têm sofrido.

No caso brasileiro, a agravante é que a China é o maior mercado dessas empresas, e o país asiático, onde a epidemia teve início, é até agora o mais afetado. A corretora Nomura, por exemplo, informou ontem que sua projeção para o PIB chinês no primeiro trimestre é de queda de 4 4% em relação ao quarto trimestre de 2019.

Para Vale e Petrobras, principalmente, uma economia chinesa consumindo menos é um problema grave. Os chineses compram hoje 64% de todo o minério de ferro produzido no Brasil, segundo a consultoria BMJ. No caso do petróleo, a relação é parecida: 65% do que é produzido no País vai para a China.

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