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Efeito do câmbio na inflação é menor hoje, diz BC

Os movimentos do câmbio são considerados nas projeções da instituição, disse diretor da instituição


	Banco Central: o diretor lembrou ainda que a situação hoje é diferente da vista até 1999
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Banco Central: o diretor lembrou ainda que a situação hoje é diferente da vista até 1999 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 13h47.

Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, salientou nesta segunda-feira, 29, que os movimentos do câmbio são considerados nas projeções da instituição. Ele afirmou que, na data de corte (5/9/2014) do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje, era esse cenário mencionado no documento que o mercado antecipava para a taxa o câmbio.

Questionado algumas vezes sobre a alta recente do dólar, Hamilton disse apenas: "temos de ver como isso vai evoluir". Ele disse que o BC não questiona o fato de que o câmbio tem repercussão na inflação, mas certamente o repasse do câmbio é bem menor hoje do que era 10, 15 anos atrás. "Houve aprendizado importante do agentes sobre o tema a respeito de como o câmbio flutuante funciona", argumentou.

O diretor lembrou ainda que a situação hoje é diferente da vista até 1999, quando ainda imperava o regime administrado. "Então, houve aprendizado grande ao longo desde 15 anos: como pode ir para um lado e também para o outro", afirmou.

As evidências indicam que a intensidade do repasse depende do tamanho da variação do câmbio e de quão permanente essa variação é vista pelos agentes e também a posição cíclica de economia: se está em moderação, expansão acelerada ou em recessão.

Admitindo que os movimentos recentes sejam voláteis, disse o diretor em menção à pergunta de um jornalista, os agentes não estão vendo isso (a elevação) como uma situação permanente.

O diretor do BC informou que a instituição tem um programa de oferta de hedge cambial, cujo desenho estará em vigor até o final deste ano. "Como coloquei há pouco, a política monetária está atenta", afirmou.

Segundo ele, está explícita na comunicação do BC o que a diretoria colegiada não considera e está implícito o que está contemplado pelo colegiado.

"O programa de hedge tem funcionado bem, tem dado resultados esperados, tem ajudado os mercados a se ajustarem a esse novo cenário", argumentou. O diretor disse ainda que esse programa diário vai continuar até 31 de dezembro. "Não tenho nada a acrescentar a esse respeito."

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