Mercados

Economia dos EUA volta a derrubar bolsas na Europa

A falta de mobilização do Congresso americano preocupa os investidores


	Mulher olha painel com movimento do índice FTSE 100: em Londres, o índice fechou o dia com perdas de 0,81%, aos 6.512,66 pontos
 (Lionel Healing/Stringer)

Mulher olha painel com movimento do índice FTSE 100: em Londres, o índice fechou o dia com perdas de 0,81%, aos 6.512,66 pontos (Lionel Healing/Stringer)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 14h22.

Londres - Os principais mercados acionários da Europa encerraram as negociações do último pregão da semana em baixa, pressionados pelo impasse político na Itália e pelas incertezas sobre o futuro da economia norte-americana, devido à falta de mobilização do Congresso. O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,27%, aos 312,18 pontos. Na semana, as perdas foram de 0,64%.

Na manhã desta sexta-feira, 27, uma inesperada declaração do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, ajudou a pressionar os mercados. Carney afirmou em entrevista ao Yorkshire Post que não vê a necessidade de ampliar os estímulos monetários, devido ao fortalecimento da recuperação econômica britânica.

Na Itália, o cenário também não é positivo para os investidores. A crise política italiana prossegue, acentuando as incertezas sobre a estabilidade do governo de Enrico Letta. Os parlamentares do partido de Silvio Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), ameaçaram nesta semana uma renúncia em bloco caso o Senado decida expulsar o ex-primeiro-ministro. Berlusconi foi condenado por fraude fiscal.

As dúvidas em relação ao futuro da economia norte-americana é outra preocupação. O Senado dos EUA deu início nesta tarde à primeira de quatro votações sobre o projeto de lei que financiará o governo nas primeiras seis semanas do ano fiscal de 2014, que começa em 1º de outubro.

Se aprovado, o projeto deve retornar para a Câmara dos Representantes, mas as declarações de deputados sugerem que eles não aceitarão as mudanças que devem ser feitas pelos senadores. A expectativa é de que os senadores retomem o financiamento à reforma de saúde, conhecida como Obamacare, cujos recursos foram eliminados no texto aprovado pela Câmara.


Esses fatores ofuscaram a melhora no índice de sentimento econômico da zona do euro, que subiu para 96,9 em setembro, de 95,3 em agosto. Esse é o nível mais alto desde agosto de 2011 e superou a previsão de analistas consultados pela Dow Jones, que projetavam uma leve alta para 96,0.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou o dia com perdas de 0,81%, aos 6.512,66 pontos. Na semana, as perdas foram de 1,27%. Destacam-se entre as quedas as ações de mineradoras. As da Antofagasta perderam 2,75%, as da Vedanta Resources caíram 2,72%, as da Rio Tinto recuaram 2,34% e as da BHP Billiton tiveram desvalorização de 2,23%, pressionadas por um declínio nos preços dos metais básicos.

Já o índice CAC 40, de Paris, encerrou as negociações estável, aos 4.186,77 pontos, mas amargou perda de 0,40% no acumulado da semana. Segundo um operador em Paris, o dia foi marcado por um volume de negócios muito baixo, mas deverá haver mais atividade na semana que vem, quando os investidores se focarão nas negociações sobre o Orçamento dos EUA e sobre a elevação do teto da dívida.

No cenário corporativo, as ações da Vallourec chamaram a atenção pela queda de 8,20%, depois de a empresa alertar que a fraca demanda no Brasil por novos poços de petróleo e de gás pode prejudicar o crescimento da receita e da margem Ebitda neste ano.

O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, também sofreu pelas incertezas nos EUA e na Itália e fechou em leve baixa de 0,03%, a 8.661,51 pontos, alcançando uma queda semanal de 0,16%. Entre as blue chips, as ações da K+S caíram 3,57%, seguidas pelas desvalorizações de 1,93% da Lanxess e de 1,86% da HeidelbergCement.

Na ponta positiva, destaque para a alta de 2,28% nos papéis do Deutsche Post, impulsionados por um aumento no preço-alvo pela equipe de análise do Goldman Sachs.

Na Itália, o índice FTSE MIB fechou aos 17.646,16 pontos, em baixa de 1,27%. Na semana, o índice teve perdas de 1,80%. Por lá, o Tesouro vendeu 6 bilhões de euros em bônus para 2018 e 2024, mas as incertezas políticas impediram uma queda no yield (retorno ao investidor) oferecido pelos papéis, de 3,38%, o mesmo nível visto na oferta de 29 de agosto.

As ações de instituições financeiras foram destaque negativo, com perdas de 2,75% para os papéis do Banco Popolare. Os do Intesa Sanpaolo registraram queda de 1,50%.

Em Lisboa e em Madri o sentido das bolsas não foi diferente. O índice PSI-20, de Lisboa, recuou 0,64%, para 6.000,47 pontos, enquanto o Ibex-35, de Madri, fechou aos 9.228,40 pontos, um recuo de 0,47%. Enquanto a bolsa de Lisboa amargou perdas de 0,73% na semana, a de Madri foi a única da região a fechar com ganhos, em alta de 0,61%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresFTSEMercado financeiro

Mais de Mercados

Dólar alcança nova máxima histórica e fecha a R$ 5,91

Ibovespa fecha em queda de 1,74% com expectativa de isenção de IR; dólar tem nova máxima

O que explica a valorização de US$ 350 bi da Tesla? 'Espíritos animais', citam analistas

No pior ano desde 2020, funcionários da Starbucks receberão apenas 60% do bônus