Para economista, caso o dólar supere o patamar de R$2,30, há chances de o BC voltar a atuar no mercado (Scott Eells/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2013 às 12h55.
São Paulo - O dólar subia ante o real nesta quinta-feira, voltando a se aproximar ainda mais do patamar de 2,30 reais, em linha com o cenário externo e animado com dados econômicos mais fores nos Estados Unidos, deixando os investidores em alerta para possível atuação do Banco Central.
Às 12h47, o dólar avançava 0,69 por cento, a 2,2980 reais na venda, enquanto valorizava-se 0,9 por cento em relação a uma cesta de moedas. O volume de negociação estava ao redor de 1,2 bilhão de dólares, segundo dados da BM&F.
"O real está acompanhando o movimento lá fora", afirmou o economista chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti. "O viés do dólar tem sido de alta desde o momento em que o banco central norte-americano insinuou que poderia comerçar a reduzir seu programa de estímulos", acrescentou.
Pela manhã, foi divulgado que o número de norte-americanos que entrou com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu à mínima de 5 anos e meio e que o crescimento da indústria acelerou para seu maior nível em dois anos, sinalizando possível melhora no cenário econômico dos Estados Unidos.
Tudo isso alimentava as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa começar a reduzir seu programa de compra de ativos em breve, diminuindo a liquidez nos mercados intercionais e afetando os mercados cambiais.
Para Barbutti, caso o dólar supere o patamar de 2,30 reais, há chances de o BC voltar a atuar no mercado, depois de uma intervenção pouco comum na quarta-feira, com a realização de três leilões de swap cambial tradicional.
Na véspera, a divisa norte-americana chegou à máxima intradia de 2,3029 reais, patamar que especialistas entendem como muito alto para o BC, uma vez que ajuda a pressionar a inflação.
O mercado de câmbio no Brasil acompanhava o ritmo de fora, com comportamento similar aos de outras moedas emergentes. O dólar australiano tinha queda de 0,68 ante o dólar norte-americano que, por sua vez, tinha alta de 0,65 por cento frente ao peso mexicano.
"O mercado continua cauteloso, com o dado de pedidos de auxílio-desempergo ajudando a cotação do dólar", disse o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado.