Dólar: "O movimento de enfraquecimento do dólar foi generalizado, com maior busca pelo risco", (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 17h43.
São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira e voltou ao patamar de 3,23 reais, acompanhando a trajetória da moeda norte-americana no exterior e com investidores à espera das negociações do presidente Michel Temer com a base aliada para aprovação da reforma da Previdência.
O mercado trabalhou ainda com liquidez mais baixa por conta do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, que manterá as praças norte-americanas fechadas no dia seguinte.
O dólar recuou 0,54 por cento, a 3,2349 reais na venda, menor patamar desde 23 de outubro, quando foi a 3,2311 reais. Na mínima do dia, foi a 3,2304 reais.
"O movimento de enfraquecimento do dólar foi generalizado, com maior busca pelo risco", afirmou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
Lá fora, o dólar atingiu seu nível mais baixo em um mês contra o iene e o franco suíço após a queda surpresa, em outubro, de encomendas de bens de capital nos EUA e preocupações sobre o comportamento da inflação do país.
Com atividade mais fraca e menos inflação, é preciso menos juros nos Estados Unidos. Taxas elevadas na maior economia do mundo tendem a atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
O dólar também cedia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o peso mexicano. O movimento ganhou mais tração após a divulgação da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, pela qual reforçou que irá elevar os juros em dezembro, dentro do esperado.
A ata foi divulgada após o fechamento do mercado cambial à vista no Brasil, o que fez o dólar futuro ampliar um pouco a sua queda, a cerca de 1 por cento no final da tarde.
O mercado também seguiu bastante atento às negociações de Temer para tentar aprovar a reforma da Previdência. Nesta noite, oferecerá um jantar a deputados da base aliada para apresentar a nova e mais enxuta versão do texto da reforma, com a presença do relator da proposta, deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA).
O governo precisa dos votos de 308 do total de 513 deputados, já que se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição. Também precisa do apoio de 49 dos 81 senadores.