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Dólar vai continuar caindo? Gavekal aponta 3 fatores que vão impactar a moeda

Somente neste mês de novembro, o índice DXY já acumula uma queda de quase 3%

Dólar: somente no mês de novembro índice DXY acumula uma queda de quase 3% (Igor Golovniov/Getty Images)

Dólar: somente no mês de novembro índice DXY acumula uma queda de quase 3% (Igor Golovniov/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 23 de novembro de 2023 às 17h22.

Quem investe em dólar, ou tem ativos atrelados à moeda norte-americana, tem observado uma tendência de queda. Somente neste mês de novembro, o índice DXY acumula uma queda de quase 3% — fato que tem contribuído para muitos se perguntarem se trata-se do início de uma correção ou se as oscilações serão constantes. Na visão da Gavekal Research, é necessário observar os “impulsionadores do dólar”.

“As avaliações sugerem uma tendência negativa para o dólar americano em 2024. Mas é cedo demais para se dizer com alguma confiança que a moeda iniciou a sua tão esperada reversão para o justo valor”, escreve Will Denyer, economista-chefe da Gavekal para os Estados Unidos. Diante disso, ele aponta os seguintes impulsionadores que devem ser observados e analisados para entender a trajetória da moeda:

  • rendimentos reais relativos
  • movimentos relativos na política monetária
  • preço da energia

1. Dólar e os rendimentos reais relativos

Como aponta Denyer, tem sido observada uma convergência no diferencial entre os EUA e o euro, que embora o economista classifique como modesta, pode explicar a recente força da moeda europeia. Contudo, em relação ao Japão e ao Reino Unido, os spreads mantiveram-se estáveis. “Por enquanto, os rendimentos reais relativos apoiam o dólar americano dentro da existente faixa comercial”, afirma.

2. Mudanças nas taxas políticas

Mais um fator determinante para o desempenho do dólar são as decisões monetárias do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que na última decisão manteve o atual patamar da taxa de juros, entre 5,25% e 5,5%. Ainda assim, a autoridade monetária ainda não deu sinais claros de que irá começar a cortar os juros, sobretudo enquanto a inflação ainda não está dentro do esperado. O mesmo se aplica ao Banco Central Europeu e ao Banco da Inglaterra.

“Em contrapartida, o Banco do Japão parece que provavelmente aumentará sua taxa de -0,1% para 0%. Mas não está claro se fará algo a mais do que o necessário para sair das taxas negativas. Se os outros bancos centrais permanecerem ‘em alta durante mais tempo’, os spreads das taxas curtas continuarão a pesar sobre o iene”, frisa o relatório da Gavekal. 

3. Preço da energia

Outro impulsionador do dólar é o preço da energia, visto que os EUA são independentes em termos energéticos, enquanto países europeus e o Japão são importadores. O resultado disso faz com que a moeda norte-americana tenha uma relação positiva com os preços da energia, enquanto euro, a libra e o iene tendem a ficar negativos. 

No entanto, o economista da Gavekal lembra que desde o final de setembro o petróleo tem passado por um momento de baixa. A instabilidade ficou ainda mais presente com os recentes temores de que não haverá cortes na produção do commodity,

“Uma recessão nos EUA provavelmente causaria uma queda adicional no preço do petróleo. Mas, exceto isso, existem boas razões para pensar que os preços do petróleo podem encontrar apoio em torno dos níveis atuais. Se a próxima reunião da Opep+ resultar em cortes na oferta, os preços do petróleo poderão se recuperar, dando suporte ao dólar”, diz Denyer.

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