Dólar tem sexta queda seguida de olho em exterior
A divisa norte-americana fechou em baixa de 0,40 por cento, para 1,7522 real na venda
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 17h14.
São Paulo - O dólar engatou a sexta queda seguida ante o real nesta segunda-feira, num movimento que refletiu a fraqueza da moeda no exterior em meio ao alívio nos temores relacionados à zona do euro.
A divisa norte-americana fechou em baixa de 0,40 por cento, para 1,7522 real na venda, renovando a mínima desde 11 de novembro, quando a cotação terminou em 1,7439 real na venda.
A série de quedas -na qual a moeda já perdeu 2,12 por cento- é a maior desde o final de novembro e início de dezembro, quando o dólar também caiu seis dias seguidos. No acumulado do ano, a taxa de câmbio já recuou 6,22 por cento.
Dois operadores consultados pela Reuters voltaram a atribuir a queda da moeda desta segunda-feira ao tom positivo no cenário internacional, com investidores esperançosos de que a Grécia chegue a um acordo com credores privados para evitar um temido calote de sua dívida.
Ante uma cesta de divisas, o dólar cedia cerca de 0,50 por cento no final da tarde, ao mesmo tempo que o euro saltava mais de 1 por cento, em torno de 1,30 dólar, maior valor em quase três semanas.
Os ministros das Finanças da zona do euro devem decidir no final desta segunda-feira que termos da reestruturação da dívida grega aceitarão como parte de um segundo resgate a Atenas.
O ministro das Finanças da França, François Baroin, acompanhado de seu contraparte alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que um acordo entre investidores do setor privado para reduzir a dívida da Grécia está "tomando forma", mas que Atenas precisa manter suas promessas de reforma para garantir um novo programa de ajuda externa e evitar a bancarrota em março.
O ministro francês citou sinais de "certa estabilização" na economia em crise da zona do euro, uma opinião ecoada pelo presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, e pelo presidente do BC francês, Christian Noyer, também presente na entrevista.
O gerente de câmbio de um banco nacional lembrou que a trégua nas preocupações com a economia global tem levado investidores a redirecionarem recursos para países considerados estáveis e com elevados rendimentos, como o Brasil.
"O Brasil voltou a ser a bola da vez. Um juro acima de 10 por cento e uma economia estável como a nossa você não encontra em qualquer lugar", afirmou.
Mesmo em queda, a taxa básica de juros brasileira, atualmente em 10,5 por cento ao ano, é uma das maiores do mundo, contrastando com rendimentos perto de zero nos Estados Unidos, zona do euro e Japão.
O profissional pondera, no entanto, que da mesma forma a melhora no sentimento externo está jogando contra o dólar, um eventual aumento da aversão a risco pode dar força novamente à moeda.
"E nós aqui estamos muito atrelados aos acontecimentos lá fora. Se houver uma notícia ruim, o pessoal pode tirar dinheiro daqui para cobrir perdas lá fora, o que tende a elevar o dólar." Nos últimos dias, o país tem recebido dólares. Na segunda semana de janeiro, por exemplo, foram quase 4 bilhões de dólares, segundo os dados mais recentes do Banco Central.
São Paulo - O dólar engatou a sexta queda seguida ante o real nesta segunda-feira, num movimento que refletiu a fraqueza da moeda no exterior em meio ao alívio nos temores relacionados à zona do euro.
A divisa norte-americana fechou em baixa de 0,40 por cento, para 1,7522 real na venda, renovando a mínima desde 11 de novembro, quando a cotação terminou em 1,7439 real na venda.
A série de quedas -na qual a moeda já perdeu 2,12 por cento- é a maior desde o final de novembro e início de dezembro, quando o dólar também caiu seis dias seguidos. No acumulado do ano, a taxa de câmbio já recuou 6,22 por cento.
Dois operadores consultados pela Reuters voltaram a atribuir a queda da moeda desta segunda-feira ao tom positivo no cenário internacional, com investidores esperançosos de que a Grécia chegue a um acordo com credores privados para evitar um temido calote de sua dívida.
Ante uma cesta de divisas, o dólar cedia cerca de 0,50 por cento no final da tarde, ao mesmo tempo que o euro saltava mais de 1 por cento, em torno de 1,30 dólar, maior valor em quase três semanas.
Os ministros das Finanças da zona do euro devem decidir no final desta segunda-feira que termos da reestruturação da dívida grega aceitarão como parte de um segundo resgate a Atenas.
O ministro das Finanças da França, François Baroin, acompanhado de seu contraparte alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que um acordo entre investidores do setor privado para reduzir a dívida da Grécia está "tomando forma", mas que Atenas precisa manter suas promessas de reforma para garantir um novo programa de ajuda externa e evitar a bancarrota em março.
O ministro francês citou sinais de "certa estabilização" na economia em crise da zona do euro, uma opinião ecoada pelo presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, e pelo presidente do BC francês, Christian Noyer, também presente na entrevista.
O gerente de câmbio de um banco nacional lembrou que a trégua nas preocupações com a economia global tem levado investidores a redirecionarem recursos para países considerados estáveis e com elevados rendimentos, como o Brasil.
"O Brasil voltou a ser a bola da vez. Um juro acima de 10 por cento e uma economia estável como a nossa você não encontra em qualquer lugar", afirmou.
Mesmo em queda, a taxa básica de juros brasileira, atualmente em 10,5 por cento ao ano, é uma das maiores do mundo, contrastando com rendimentos perto de zero nos Estados Unidos, zona do euro e Japão.
O profissional pondera, no entanto, que da mesma forma a melhora no sentimento externo está jogando contra o dólar, um eventual aumento da aversão a risco pode dar força novamente à moeda.
"E nós aqui estamos muito atrelados aos acontecimentos lá fora. Se houver uma notícia ruim, o pessoal pode tirar dinheiro daqui para cobrir perdas lá fora, o que tende a elevar o dólar." Nos últimos dias, o país tem recebido dólares. Na segunda semana de janeiro, por exemplo, foram quase 4 bilhões de dólares, segundo os dados mais recentes do Banco Central.