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Dólar tem leves variações com cautela sobre cenário político

Às 10:22, o dólar avançava 0,06 por cento, a 3,2331 reais na venda, depois de saltar mais de 1 por cento no pregão anterior

Dólar: o dólar futuro tinha leve queda de cerca de 0,10 por cento (foto/Thinkstock)

Dólar: o dólar futuro tinha leve queda de cerca de 0,10 por cento (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 10h34.

São Paulo - O dólar tinha leves variações sobre o real nesta terça-feira, num movimento de correção depois de ir ao maior nível em mais de quatro meses na véspera com temores sobre a força política que o governo do presidente Michel Temer terá para dar sequência a importantes reformas, com destaque para a da Previdência.

Às 10:22, o dólar avançava 0,06 por cento, a 3,2331 reais na venda, depois de saltar mais de 1 por cento no pregão anterior. O dólar futuro tinha leve queda de cerca de 0,10 por cento.

"Há cautela antes da votação (da denúncia contra Temer). Se os votos ficarem muito abaixo dos 263 da votação anterior, os mercados vão ficar tensos, pois nesse ambiente desfavorável a reforma da Previdência não passa nem com formato mais enxuto", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na quarta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados começa a votar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, dessa vez por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.

O Palácio do Planalto concentrava seus esforços para assegurar os mesmos 263 de votos da primeira denúncia, e avisou aos parlamentares que, desta vez, as consequências de votar contra o presidente serão mais duras.

O placar, para o mercado, é importante por sinalizar o apoio que o governo tem no Legislativo para dar continuidade a importantes medidas econômicas, com destaque para a reforma da Previdência.

No exterior, o dólar também estava praticamente estável ante a cesta de moedas, com os investidores atentos à sucessão do Federal Reserve, banco central norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem dito que ainda avaliava pelo menos três nomes: o diretor do Fed Jerome Powell, o economista da Universidade de Stanford John Taylor e a atual chair do Fed, Janet Yellen.

"A escolha de Taylor deixaria os mercados descontentes porque ele tem um perfil mais conservador e tende a subir os juros. O mercado fica mais confortável com a escolha de Powell ou Yellen", afirmou Faganello.

Mais juros dos Estados Unidos tende a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados ao redor do mundo, o que pode resultar em fluxo de saída de capitais do Brasil.

Essas chances cresceram com a aprovação do esboço do Orçamento de 2018 pelo Congresso norte-americano na semana passada, que abre espaço para a redução de impostos planejada por Trump. Esse movimento pode impulsionar a inflação e, consequentemente, encorajar o Fed a elevar ainda mais os juros.

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