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Dólar tem leves oscilações após avanço de pauta econômica

Na véspera, o governo conseguiu avançar com sua pauta no Congresso ao garantir a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP)

Dólar: às 11:25, o dólar recuava 0,08 por cento, a 3,1168 reais na venda (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: às 11:25, o dólar recuava 0,08 por cento, a 3,1168 reais na venda (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 13h08.

São Paulo - O dólar registrava leves oscilações ante o real nesta quarta-feira, após o governo ter conseguido avançar com sua pauta no Congresso na véspera, mas com o atual nível de preços e o comportamento da moeda no exterior impedindo um recuo mais forte.

Às 11:25, o dólar recuava 0,08 por cento, a 3,1168 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,1097 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,10 por cento.

"Há menor oscilação global da moeda e nessa região perto de 3,10 reais a venda perde força", explicou o operador da H.Commcor, Cleber Alessie Machado, ao justificar o movimento lateral desta quarta-feira mesmo com o viés da moeda sendo de baixa.

Na véspera, o governo conseguiu avançar com sua pauta no Congresso ao garantir a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que vai substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos empréstimos do BNDES. Além disso, garantiu a mudança das metas fiscais.

"A TLP reduzirá os subsídios, o que é um ponto positivo para o fiscal. E deve trazer fôlego renovado para a votação da reforma da Previdência. Isso permite que o dólar caia mais, mas o mercado ainda está aguardando para ver", acrescentou Alessie Machado.

A notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao STF por organização criminosa os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de ex-ministros, ajudava o movimento, uma vez que a leitura dos investidores é de que um candidato menos comprometido com as contas públicas pode ficar de fora das eleições no próximo ano.

A possibilidade de o Banco Central cortar 1 ponto percentual da Selic nesta noite, para 8,25 por cento ao ano, e trazer um comunicado suave também é um ponto a favor do comportamento do dólar ante o real. Isso porque sinaliza uma melhora da economia e pode empolgar o estrangeiro a trazer dinheiro para o Brasil, mesmo com juros mais baixos.

Vale destacar que, nos Estados Unidos, diminuíram as chances de uma terceira alta de juros neste ano e, assim, as taxas praticadas no Brasil ainda são bastante atrativas para manter os recursos aplicados aqui.

No exterior, o dólar tinha leve baixa ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão, por ora. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

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