Dólar tem alta após dados fracos da China e à espera de Previdência
No início da tarde desta segunda, a moeda norte-americana operava em alta de 0,42%, a R$ 3,7301 na venda, após terminar a sessão anterior em alta de 0,15%
Karla Mamona
Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 09h22.
Última atualização em 14 de janeiro de 2019 às 14h19.
SÃO PAULO, 14 Jan (Reuters) - O dólar registrava alta ante o real nesta segunda-feira, com a desaceleração econômica global em evidência após mais uma rodada de indicadores fracos na China, enquanto os investidores aguardavam a proposta de reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro.
Às 12:01, o dólar avançava 0,42 por cento, a 3,7301 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,15 por cento, a 3,7145 reais. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,35 por cento.
As exportações da China caíram inesperadamente pelo ritmo mais forte em dois anos em dezembro, enquanto as importações também contraíram, indicando mais fraqueza na segunda maior economia em 2019 e deterioração da demanda global.
"A China pode ter esfriado além do esperado, apesar das medidas de estímulo do governo", afirmou a corretora XP Investimentos, lembrando ainda que o superávit maior com os EUA "poderia levar Trump a aumentar a pressão sobre Pequim".
As exportações da China em dezembro caíram 4,4 por cento na comparação com o ano anterior, e as importações encolheram 7,6 por cento, em seu maior declínio desde julho de 2016. Além disso, o superávit da China com os EUA aumentou no ano passado em 17,2 por cento, para 323,32 bilhões de dólares, o mais elevado já registrado desde 2006.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que a China buscará um bom começo para a economia no primeiro trimestre e estabelecerá condições favoráveis para atingir os principais objetivos de 2019. Disse ainda que Pequim não recorrerá a um "estímulo excessivo" e manterá o crescimento geral dentro de um intervalo razoável, informou a televisão estatal nesta segunda-feira.
Em meio às preocupações sobre a desaceleração global, sem que EUA e China ainda tenham anunciado um acordo formal encerrando a guerra comercial entre os dois países, o dólar exibia leve baixa ante a cesta de moedas e subia ante as divisas de países emergentes, como o peso chileno.
Internamente, as atenções dos investidores estão voltadas a novidades sobre a proposta de reforma da Previdência, um dos principais pilares do ajuste fiscal esperado pelo mercado.
O mercado espera que o governo apresente uma proposta mais dura. Segundo o jornal Valor Econômico, o governo quer economizar até 1 trilhão de reais com esta reforma em 10 anos, valor superior à economia da proposta do ex-presidente Michel Temer.
O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,03 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.