Dólar: a divisa norte-americana encerrou a sessão cotada a R$ 1,9870 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 16h56.
A volatilidade marcou os negócios com dólares nesta sexta-feira, com a moeda americana oscilando entre altas e baixas ao longo do dia. Os dados positivos da economia dos EUA, divulgados mais cedo, trouxeram um viés de baixa que prevaleceu na maior parte do dia.
Mas notícias de que o Banco Central evitará uma apreciação excessiva do real fizeram a moeda americana, após as 15 horas, tocar o território positivo. Ao fim da sessão, porém, o dólar voltou para a estabilidade, fechando a R$ 1,9870. Operadores lembraram ainda que a sessão foi bem mais calma, após a definição, ontem, da Ptax que liquidou os derivativos cambiais hoje.
Na cotação mínima do dia, vista perto das 11h30, o dólar à vista no balcão marcou R$ 1,9790 (-0,40%) e, na máxima, logo no início do dia, atingiu R$ 1,9920 (+0,25%). Perto das 17h30 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 2,719 bilhões, sendo US$ 2,397 bilhões em D+2. Já o dólar pronto da BM&F não registrou negócios hoje. No mercado futuro, o dólar com vencimento em março era cotado a R$ 1,9955, com queda de 0,13%.
O viés de baixa prevaleceu na maior parte do dia no balcão, com a bateria de dados positivos nos Estados Unidos contribuindo para a busca de ativos de maior risco, em detrimento do dólar.
Pela manhã, o Departamento do Trabalho informou que foram criados nos EUA 157 mil postos de trabalho em janeiro, abaixo da expectativa de 166 mil novos empregos. No entanto, o órgão revisou alguns números de 2012, para mostrar resultados melhores, o que foi bem recebido pelo mercado.
Já o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA subiu para 55,8 em janeiro, de 54,0 em dezembro, segundo os dados da Markit, enquanto o índice de sentimento do consumidor em janeiro, medido pela Universidade de Michigan, subiu para 73,8 em janeiro, ante previsão de 71,5. Também positivo, o índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria, do Instituto para Gestão de Oferta (ISM), subiu para 53,1 em janeiro, de 50,2 em dezembro.
Neste contexto, o euro avançava ante o dólar - o que continuou ao longo do dia - e o dólar caía em relação ao real. À tarde, porém, notícias de que o Banco Central não deve rolar os próximos vencimentos de linha e de que a autoridade monetária evitará uma apreciação excessiva do real, conforme fontes do próprio BC ouvidas pela agência Bloomberg, trouxeram uma pressão de alta para a moeda americana ante o real, mesmo que momentânea. O dólar chegou a marcar alta de 0,15% no balcão, para depois voltar a se aproximar da estabilidade, encerrando o dia a R$ 1,9870.
"Essas notícias de que o BC não deixará o real se apreciar e, em consequência, o dólar cair, contribuíram para a alta do dólar", comentou Guilherme Esquelbek, operador Correparti Corretora, de Curitiba.
No dia 8 de janeiro, a Agência Estado já havia informado que, conforme fonte do Banco Central, "com o patamar atual da taxa de câmbio, o BC não vai rolar os leilões de linha que vencem nos próximos 60 dias". Na última quarta-feira, porém, a autoridade monetária fez um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) com valor máximo de US$ 1,273 bilhão.