Mercados

Dólar fecha a R$ 4,10 após subir mais de 1%, com tensão global no radar

Foi a maior alta da moeda americana desde o dia 19 de setembro

Dólar: moeda americana avançou nesta segunda, interrompendo a sequência de três pregões de queda (Sertac Kayar/Reuters)

Dólar: moeda americana avançou nesta segunda, interrompendo a sequência de três pregões de queda (Sertac Kayar/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 09h34.

Última atualização em 7 de outubro de 2019 às 17h19.

São Paulo — O dólar encerrou em alta contra o real nesta segunda-feira, em dia de maior aversão a ativos de risco no exterior. O mercado monitorou o aumento das incertezas em torno das negociações comerciais EUA-China.

A moeda norte-americana fechou em 4,1045 reais, com valorização de 1,15%, maior alta desde 19 de setembro. Na máxima intradia, o dólar chegou a tocar 4,1081 reais na venda.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em queda pelo terceiro pregão consecutivo, recuando 0,79%, a 4,0569 reais na venda.

Resistência da China

Expectativas de progresso nas negociações comerciais entre EUA e China vinham animando os mercados nas sessões anteriores. Autoridades de ambos os países se reúnem em Washington na quinta e sexta-feira para tentar costurar um acordo, com o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmando que seu governo tem uma "chance muito boa" de atingi-lo.

No entanto, uma notícia da Bloomberg de que as autoridades chinesas estão relutantes em concordar com o amplo acordo comercial de Trump, deixou os investidores apreensivos sobre o futuro das relações entre os dois países. "A relação EUA-China segue no radar, juntamente com os temores sobre uma desaceleração do crescimento global", afirmou Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Na semana anterior, dados fracos dos EUA aumentaram os temores acerca das perspectivas econômicas norte-americanas e, juntamente com dados decepcionantes sobre a indústria da Alemanha nesta segunda, corroboravam para o sentimento de cautela.

Para Laatus, a pressão dos temores era, no entanto, atenuada diante das expectativas de mais corte de juros nos EUA. Nesta segunda, os juros futuros dos EUA indicavam que operadores veem 74,3% de chance de o Fed cortar os juros para um intervalo entre 1,50% e 1,75% em sua próxima reunião de política monetária, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME Group.

As atenções agora se voltam para o discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, às 14h00 (horário de Brasília), para mais sinais sobre o futuro da política monetária do banco.

Na cena doméstica, agentes do mercado seguem monitorando as movimentações da equipe econômica do governo, em meio a temores de que a articulação política pulverizada, as disputas em torno da cessão onerosa e a lentidão na liberação de emendas parlamentares possam comprometer o calendário original da proposta no Senado, embora seja certo entre senadores e integrantes do Executivo que a reforma será aprovada na Casa.

Nesta sessão, o BC vendeu todos os 525 milhões de dólares ofertados em moeda física e negociou ainda todos os 10.500 contratos de swap cambial reverso ofertados.

Acompanhe tudo sobre:DólarDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Mercado financeiro

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado