Exame Logo

Dólar sobe mais de 1% após pesquisa do Ibope, a R$2,34

Pesquisa mostrou presidente Dilma Rousseff empatada com a ex-senadora Marina Silva (PSB) num eventual segundo turno

Notas de dólar: às 11h10, a moeda norte-americana subia 1,16%, a 2,3238 reais na venda (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 13h24.

São Paulo - O dólar ampliava a alta nesta sexta-feira, batendo 2,34 reais, maior nível em quase seis meses, após pesquisa CNI/Ibope mostrar a presidente Dilma Rousseff (PT) empatada com a ex-senadora Marina Silva (PSB) num eventual segundo turno das eleições presidenciais.

Expectativas de que a taxa de juros dos Estados Unidos pode subir mais cedo que o esperado também ajudavam a impulsionar a moeda norte-americana em outras praças, a menos de uma semana da próxima reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Veja também

Às 12h51, a moeda norte-americana subia 1,54 por cento, a 2,3325, após chegar a 2,3440 reais na máxima da sessão, maior patamar intradia desde 19 de março (2,3520 reais). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 500 milhões de dólares.

"Quando chega num nível como esse, que ninguém esperava atingir tão cedo, o mercado perde a referência. Todo mundo assusta", afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.

Segundo levantamento do CNI/Ibope, Marina tem 43 por cento das intenções de voto num eventual segundo turno, contra 42 por cento da atual presidente, que tem sido alvo de críticas nos mercados financeiros pela condução da atual política econômica.

A alta dos rendimentos dos Treasuries também contribuía para manter o fluxo de compra de dólares.

Investidores apostavam que o Fed pode sinalizar na semana que vem que iniciará seu aperto monetário mais cedo do que o mercado precifica, o que poderia atrair para os Estados Unidos recursos aplicados em outros países, como o Brasil. Nesse contexto, o dólar subia contra os pesos chileno e mexicano.

"Se essas pesquisas continuarem mostrando mais chance de reeleição da Dilma e o cenário externo continuar negativo, não dá para saber onde o dólar vai parar", afirmou o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.

Segundo operadores, a escalada da moeda norte-americana nesta sessão, que a afastou do teto informal de 2,30 reais, serve como um teste da disposição do BC de atuar para evitar possíveis impactos sobre a inflação.

"Se o BC não der sinais de que vai atuar mais, o mercado vai pressionar cada vez mais", afirmou o operador de câmbio de uma corretora internacional, que acredita que a autoridade monetária deve reagir aumentando a oferta de rolagens de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, a partir de segunda-feira.

Na véspera, o assessor econômico do programa da candidata do PSB à Presidência Alexandre Rands afirmou à Reuters que eventual governo de Marina Silva acabaria com o atual programa de intervenções diárias do BC, o que levou o dólar a fechar em alta na véspera e ajudava a manter o movimento nesta sessão.

Pela manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas rações diárias, com volume correspondente a 197,7 milhões de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de junho e 3 mil para 1º de setembro de 2015.

O BC também vendeu a oferta total de até 6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de outubro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 22 por cento do lote total, equivalente a 6,677 bilhões de dólares.

Atualizado às 13h23

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEleiçõesMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame