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Dólar sobe em meio a temores sobre votação da LDO

Dólar foi ajudado por preocupações relacionadas à votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias e alinhado ao avanço ante outras moedas no exterior


	Dólar: no fim do dia, o dólar apontou alta de 0,82%, aos R$ 2,5740, no balcão
 (Getty Images)

Dólar: no fim do dia, o dólar apontou alta de 0,82%, aos R$ 2,5740, no balcão (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 16h20.

São Paulo - O dólar fechou em alta em relação ao real nesta terça-feira, 2, ajudado pelas preocupações relacionadas à votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e alinhado ao avanço ante outras moedas no exterior.

No fim do dia, o dólar apontou alta de 0,82%, aos R$ 2,5740, no balcão.

O volume de negócios no mercado à vista totalizava US$ 1,451 bilhão, sendo US$ 1,218 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para janeiro subia 0,62%, a R$ 2,5970, por volta das 16h40.

O dólar iniciou a sessão em alta ante o real, alinhado com o avanço da moeda norte-americana frente ao euro, ao iene e às principais divisas de países emergentes e ligadas a commodities.

O dólar foi beneficiado pelo corte da projeção de crescimento da China para 7% em 2015, ante 7,5% anteriormente, e pela queda de 0,4% do índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro em outubro.

O recuo do PPI elevou a expectativa pela reunião de política monetária do Banco Central Europeu na quinta-feira.

Declarações do vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, de que um aperto monetário nos EUA está cada vez mais próximo, levou o dólar para as máximas na sessão ante o euro pela manhã.

Entre os fatores domésticos que contribuíram para a valorização do dólar em relação ao real estavam a votação pelo Congresso Nacional do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que prevê um aumento dos abatimentos para o cumprimento da meta do superávit primário.

Parte do mercado teme que se a proposta for aprovada poderá elevar a possibilidade de um rebaixamento do rating do país.

Para o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, o projeto é um retrocesso. Ele disse que a dificuldade de aprovar a mudança na LDO revela a fragilidade de sustentação do governo que acabou de ser reeleito.

"Eu não me lembro de ver no Brasil um governo que comece um mandato numa situação tão frágil e enfraquecida."

À tarde, o Banco Central realizou um leilão de linha, no qual foi ofertado até US$ 1 bilhão. O leilão, com recompra marcada para 2 de abril de 2015, teve taxa de corte de R$ 2,651595.

A taxa de venda nas duas operações foi a Ptax de fechamento de hoje (R$ 2,5664). Segundo analistas, o leilão ajudou a conter um pouco o avanço do dólar ante o real.

Mais cedo, o BC já havia realizado outras duas operações, neste caso de swap (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Na primeira, vendeu 4 mil contratos (US$ 197,4 milhões) e, na segunda, 10 mil contratos (US$ 490,8 milhões).

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