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Dólar sobe e vai a R$3,71 de olho em impactos de greve

Às 11:55, o dólar avançava 1,14 por cento, a 3,7102 reais na venda, depois de recuar 1,91 por cento na semana passada

Impacto: "o mercado está focado no problema fiscal, com o impacto que as medidas vão ter nas contas públicas", disse o diretor de câmbio da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Impacto: "o mercado está focado no problema fiscal, com o impacto que as medidas vão ter nas contas públicas", disse o diretor de câmbio da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de maio de 2018 às 13h54.

Última atualização em 28 de maio de 2018 às 13h57.

São Paulo - O dólar operava em alta firme e na casa de 3,71 reais nesta segunda-feira, em dia de liquidez reduzida com o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos e com os investidores cautelosos diante dos possíveis impactos na atividade econômica e nas contas públicas da greve dos caminhoneiros.

A possibilidade de os petroleiros também entrarem em greve a partir de terça-feira também contribuía para maior cautela no mercado local nesta sessão.

Às 11:55, o dólar avançava 1,14 por cento, a 3,7102 reais na venda, depois de recuar 1,91 por cento na semana passada. Na máxima, a moeda já foi a 3,7193 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60 por cento.

"O mercado está focado no problema fiscal, com o impacto que as medidas vão ter nas contas públicas", explicou o diretor de câmbio da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. "Outras paralisações podem elevar o rombo."

O presidente Michel Temer anunciou na noite de domingo redução do preço do diesel em 46 centavos de reais por litro por 60 dias, em atendimento às reivindicações dos caminhoneiros. Mesmo assim, eles mantinham nesta manhã a paralisação que tem provocado desabastecimento em todo o país.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, informou nesta segunda-feira que a redução do preço do diesel terá custo total de 9,5 bilhões de reais aos cofres públicos, que será coberto por uma sobra de 5,7 bilhões de reais que o governo tem em relação à meta de déficit primário, além de corte de despesas de 3,8 bilhões de reais.

"A greve gera um problema e a solução gera outro problema", complementou o executivo da FB, ao reforçar que "outros setores podem se aproveitar da fragilidade política do governo para reivindicarem o que querem. Daí teremos um grande problema."

Além do impasse que impede o país de voltar à normalidade,a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiu convocar uma greve da categoria para começar na terça-feira contra a política de preços da Petrobras, acompanhando a decisão da Federação Única dos Petroleiros (FUP) de convocar greve de 72 horas a partir de quarta-feira.

No exterior, o dólar operava em alta ante a cesta de moedas em meio a preocupações com a situação da Itália, que pesavam sobre o euro, mas operava misto ante as moedas emergentes, em queda ante o rand e elevação ante o peso mexicano.

O feriado do Memorial Day fechava os mercados nos Estados Unidos e afetava a liquidez global.

"Eu não levaria muito a sério as cotações desta semana para enxergar uma tendência, porque os feriados vão deixá-la bem distorcida", concluiu Bergallo ao citar ainda o feriado de Corpus Christi no Brasil na quinta-feira.

O BC já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 5,75 bilhões de dólares desde a semana retrasada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,439 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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