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Dólar sobe e toca em R$3,60 ainda com cena externa desfavorável

Às 11:08, o dólar avançava 0,80 por cento, a 3,5976 reais na venda, depois de ter subido 0,45 por cento na véspera

O dólar subia e chegou a bater no patamar de 3,60 reais nesta quarta-feira (Gary Cameron/Reuters)

O dólar subia e chegou a bater no patamar de 3,60 reais nesta quarta-feira (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de maio de 2018 às 11h18.

São Paulo - O dólar subia e chegou a bater no patamar de 3,60 reais nesta quarta-feira, o maior intradia em quase dois anos, com a cena externa ainda pesando sobre os mercados diante de temores de juros maiores e tensões geopolíticas envolvendo os Estados Unidos e o Irã.

Às 11:08, o dólar avançava 0,80 por cento, a 3,5976 reais na venda, depois de ter subido 0,45 por cento na véspera. Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana foi a 3,6017 reais, maior nível intradia desde junho de 2016. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento.

Em maio até a véspera, o dólar já acumulava alta de 1,87 por cento frente ao real, depois de saltar 10 por cento entre fevereiro e abril.

"Após a decisão dos EUA de abandonarem o acordo com o Irã, os mercados monitoram o comportamento do petróleo... que pode influenciar diretamente na inflação do país", escreveu a Advanced Corretora.

Na véspera, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que seu país estava abandonando o acordo nuclear com o Irã, envolvendo sanções e alimentando temores de que a produção e exportação de petróleo iraniano possam ser afetadas e elevar os preços da commodity.

Esse movimento pode obrigar o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, a ser mais duro no atual ciclo de aperto monetário, atraindo recursos para o país provenientes de outros mercados mais arriscados, como o brasileiro.

O preço do petróleo subia cerca de 2,5 por cento no mercado externo. Além disso, o rendimento dos Treasuries dos Estados Unidos de 10 anos estava em 3 por cento, nível que no começo do mês passado reacendeu os temores de mais juros pelo Fed.

O dólar no Brasil também registrava altas maiores frente ao real do que divisas de países emergentes nesta sessão por conta do chamado diferencial de juros, diante da expectativa de que o Banco Central brasileiro vai reduzir a Selic na próxima semana para nova mínima histórica, a 6,25 por cento ao ano.

E, diante de temores de que o Fed pode elevar mais os juros nos Estados Unidos, os investidores tendem a migrar para a maior economia do mundo atrás de rendimentos com baixíssimo risco.

"Acredito que se a moeda furar 3,60 reais, o BC voltará a atuar, porque se trata de um movimento especulativo", afirmou o gerente de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Neste mês, o BC entrou com mais força no mercado de câmbio e, nesta sessão, realiza novo leilão de até 8,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os 5,650 bilhões de dólares que vencem no mês que vem e terá colocado o equivalente a 2,8 bilhões de dólares adicionais.

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