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Dólar sobe e se reaproxima de R$3,30

Dólar avançou 0,90 por cento, a 3,2905 reais na venda, maior alta porcentual desde o avanço de 1,05 por cento registrado no último dia 7

Dólar: moeda norte-americana avançava ante uma cesta de moedas também com os investidores reduzindo posições vendidas (mars58/Thinkstock)

Dólar: moeda norte-americana avançava ante uma cesta de moedas também com os investidores reduzindo posições vendidas (mars58/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 15 de março de 2018 às 17h10.

Última atualização em 15 de março de 2018 às 17h11.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira novamente em alta, a quarta seguida, e perto dos 3,30 reais, em sintonia com o exterior em meio aos temores cada vez maiores de uma guerra comercial desencadeada pela política protecionista dos Estados Unidos.

O dólar avançou 0,90 por cento, a 3,2905 reais na venda, maior alta porcentual desde o avanço de 1,05 por cento registrado no último dia 7. Nestes quatro pregões de alta, a moeda norte-americana acumulou de 1,20 por cento.

Na máxima, a moeda foi a 3,2985 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,90 por cento.

"O que está contribuindo para a cautela é a insegurança com o governo norte-americano ainda mais voltado ao protecionismo, cercando-se de pessoas mais conservadoras", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada a imposição de pesadas tarifas para as importações de aço e alumínio, gerando reações no mundo todo e que acabou afetando a sua própria equipe. O então assessor econômico Gary Cohn deixou o cargo para ser substituído por Larry Kudlow.

Além disso, Trump promete impor tarifas sobre 60 bilhões de dólares de importações norte-americanas da China, elevando os temores da guerra comercial global.

Na véspera, a Casa Branca disse que a China foi convidada a desenvolver um plano para reduzir seu desequilíbrio comercial com os EUA em 100 bilhões de dólares.

Também na quarta-feira, Kudlow disse que um dólar forte e estável era importante para a saúde da economia norte-americana e que não tinha razão para acreditar que o presidente Donald Trump discordaria disso.

"O sucessor de Gary Cohn, Larry Kudlow, tende a fortalecer a postura protecionista do governo Trump, dada sua fama mais conservadora", acrescentou Machado.

Nesta quinta-feira, os EUA também decidiram anunciar sanções contra a Rússia, individuais e em grupo, e os russos já avisaram que vão adotar medidas de retaliação.

Em meio às tensões comerciais, os investidores em moedas no exterior procuravam o iene, que subia ante o dólar. O iene deve ser o principal beneficiário de qualquer aumento do protecionismo comercial, dado o forte excedente da conta corrente do Japão e a reputação da moeda de ser um refúgio seguro.

A moeda norte-americana avançava ante uma cesta de moedas também com os investidores reduzindo posições vendidas e se preparando para o encontro de política monetária do Federal Reserve na próxima semana, quando o banco central norte-americano deve elevar os juros pela primeira vez no ano.

O dólar também subia ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 2,8 bilhões de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

(Edição de Patrícia Duarte; Iuri Dantas)

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