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Dólar sobe e ronda R$ 2,42, após ação do BC

Investidores seguem atentos à estratégia de intervenção do Banco Central e à divulgação da ata do Federal Reserve

Dólar: às 11h36, moeda avançava 0,92%, a R$2,4162 na venda, depois de subir mais de 1% e tocar R$2,4202 na máxima do dia (Getty Images)

Dólar: às 11h36, moeda avançava 0,92%, a R$2,4162 na venda, depois de subir mais de 1% e tocar R$2,4202 na máxima do dia (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 11h59.

São Paulo - O dólar ganhava o terreno em relação ao real nesta quarta-feira, voltando a rondar o patamar de 2,42 reais, com investidores atentos à estratégia de intervenção do Banco Central e à divulgação da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, que pode dar novos sinais sobre o momento da redução do programa de compra de ativos.

Às 11h36, o dólar avançava 0,92 por cento, a 2,4162 reais na venda, depois de subir mais de 1 por cento e tocar 2,4202 reais na máxima do dia. Na véspera, a moeda norte-americana, diante de forte atuação do BC, caiu 0,90 por cento, a 2,3941 reais.

O avanço do dólar no Brasil, que continuava mesmo após o BC ter realizado leilão de swap cambial tradicional para rolar parte dos contratos que vencem no início de setembro, está em linha com a valorização de outras moedas no exterior, inclusive na América Latina.

A moeda norte-americana subia mais de 1 por cento em relação ao peso mexicano, avançava cerca de 0,20 por cento sobre o peso chileno e 0,30 por cento sobre o peso colombiano .

Os mercados financeiros globais operavam nesta quarta-feira sob a expectativa da divulgação da ata do Fed, às 15h (horário de Brasília), e possíveis sinais de redução do programa de estímulo da autoridade norte-americana, que injeta 85 bilhões de dólares mensalmente nos mercados.

Como há a possibilidade de o corte no programa ocorrer já no próximo mês, investidores reagem à ameaça de redução da liquidez nos mercados internacionais.

Para alguns operadores, diante desse cenário, o BC pode não atuar de maneira tão agressiva no mercado de câmbio até a divulgação da ata do Fed, pelo fato de a alta do dólar ser um movimento global.


Nesta manhã, o BC brasileiro realizou apenas um leilão de rolagem de contrato de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no futuro. Com pouco efeito na cotação da moeda norte-americana, o BC estendeu o vencimento de 20 mil contratos que vencem no início setembro para 1º de abril de 2014. O volume financeiro do leilão foi equivalente a 987,9 milhões de dólares.

Com isso, restam agora o BC rolar 20.800 swaps tradicionais.

Apesar de hoje talvez ficar mais cometido, analistas acreditam que a autoridade monetária voltar a atuar com mais força em breve, fornecendo liquidez ao mercado e ofertar lotes maiores de swap, numa estratégia agressiva para conter possíveis ações especulativas que dão gás à alta do dólar e colocam em risco a inflação.

"O BC deveria ofertar swaps com lotes maiores e com mais sequência, não deixando o mercado respirar para coibir especulação e deixar flutuação da moeda de acordo com o fluxo", afirmou o especialista de câmbio da corretora Icap, Ítalo dos Santos.

Na terça-feira, a autoridade monetária aumentou os instrumentos de intervenção no câmbio, realizando leilões de swap para rolagem e novos contratos e leilão de linha, com a venda de dólares com compromisso de recompra. Além disso, o próprio presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, comentou a atuação, dizendo que quem apostava numa única direção do câmbio poderia ter perdas.

"O BC procurará quebrar a resistência dos especuladores e colocar o preço da moeda norte-americana em linha de ajuste, direcionado gradualmente ao preço de 2,30 reais, provavelmente não menos do que isto", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

Operadores e analistas começam a ver que o dólar pode se equilibrar ao redor de 2,30 reais no curto prazo. O Credit Suisse, por exemplo, colocou como previsão a possibilidade de o dólar chegar a 2,33 reais nos próximos três meses, acelerando a 2,40 em 12 meses.

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