Dólar: moeda avança contra emergentes em meio à aceleração de casos de covid-19 nos EUA (Pixabay/Reprodução)
Guilherme Guilherme
Publicado em 26 de junho de 2020 às 16h00.
Última atualização em 26 de junho de 2020 às 18h28.
O dólar fechou em queda contra o real, nesta sexta-feira, 26, acompanhando o movimento de valorização da moeda americana nas principais economias emergentes do mundo. No radar dos investidores, segue o aumento do número de casos de coronavírus nos Estados Unidos, que voltou a bater recorde, obrigando alguns estados a revisarem seus processos de reabertura.
Com isso o dólar comercial subiu 2,6% e encerrou sendo vendido a 5,465 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, subiu 2,7%, cotado a 5,77 reais. A moeda americana também se valorizou em relação ao peso mexicano e ao rublo russo.
Na quinta-feira, os Estados Unidos registraram mais de 41.000 novos casos. Segundo o New York Times, em alguns estados do oeste e do sul do país, o vírus sobrecarregou hospitais, adiando processos de reabertura. Em alguns estados que passam pela pior fase da doença, algumas medidas de isolamento social já foram retomadas.
Segundo a NBC News, os governadores de Flórida e Texas ordenaram o fechamento de bares, nesta sexta-feira. Em todo os Estados Unidos, já são 2.444.706 contaminados e 124.749 mortos pela doença, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
De acordo com Fernando Bergallo, presidente da FB Capital, o aumento do número de casos de coronavírus nos Estados Unidos acaba pesando mais do que os casos brasileiro devido à diferença de peso das duas economias no mundo. "O impacto de um lockdown nos EUA é infinitamente maior. Qualquer situação nesse sentido nos EUA ou na China acaba se sobrepondo a situação brasileira", afirmou.
Nessa situação, explica Bergallo, o investidor acaba buscando proteção em dólar, fazendo com que moedas consideradas mais inseguras, como as de países emergente, se desvalorizem.
No cenário interno, o caso Fabrício Queiroz segue como pano de fundo, mas sem grande influência na precificação dos ativos financeiros. “Os temores políticos deram uma resfriada, com o Bolsonaro querendo apaziguar os ânimos e o Queiroz ainda não falou em delação premiada. Mas o tema segue na mira do investidor. Qualquer notícias nova pode fazer preço”, disse Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.