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Dólar sobe após decisões do Fed e Copom

Às 10:14, o dólar avançava 0,34%, a 3,8301 reais na venda.

Câmbio: dólar subia ante o real nesta quinta-feira (Manit Plangklang / EyeEm/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 09h27.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 10h49.

São Paulo — O dólar subia ante o real nesta quinta-feira, após sinalizações menos "dovish" (favoráveis a cortes de juros) que o esperado do Federal Reserve ao cortar os juros na véspera, com viés altista sendo reforçado pela decisão do Copom de reduzir a Selic.

Às 10:14, o dólar avançava 0,34%, a 3,8301 reais na venda.

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Na véspera, o dólar avançou 0,70% e encerrou a 3,8173 reais na venda.

Neste pregão, o dólar futuro subia cerca de 0,3%.

Como já era esperado, o Fed cortou a taxa básica de juros na quarta-feira, mas surpreendeu mercados financeiros a afirmação do chair, Jerome Powell, de que o movimento pode não ser o início de uma campanha prolongada para proteger a economia contra riscos que incluem uma fraqueza da economia global.

Em declarações conflitantes durante a coletiva de imprensa, Powell afirmou que o corte da véspera não era o início de uma longa série de cortes, mas ao mesmo tempo pontuou que "não disse que é apenas um corte de juros".

Enquanto o corte de 0,25 ponto percentual já estava precificado, na avaliação de agentes financeiros, as sinalizações do banco central norte-americano pegaram investidores desprevenidos, o que gerou um ajuste de posições.

"Não se comprometeram com um ciclo de cortes de juros. Isso por si só merecia um ajuste na taxa de câmbio e é isso que está acontecendo hoje", disse a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, sobre a decisão do Fed.

Outros eventuais cortes de juros nos EUA beneficiariam o real, uma vez que aumentaria a liquidez global, a qual poderia migrar para mercados como o Brasil, elevando a oferta de dólares e consequentemente baixando o preço da moeda.

O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,33% neste pregão.

Corroborava para o viés de alta do real a decisão do Banco Central do Brasil na quarta-feira de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual, levando a taxa a uma mínima histórica de 6,00%, e mantendo a porta aberta para eventuais novos cortes.

O BC indicou que o processo de afrouxamento poderá seguir adiante diante da fraqueza econômica, inflação bem comportada, melhora no ambiente externo e avanço da reforma da Previdência.

No entanto, apesar das sinalizações, a autoridade monetária adotou um tom mais cauteloso e conservador que o esperado, avaliou Fernanda Consorte, ponderando que tal percepção pode reforçar o viés altista do dólar sobre o real.

Na avaliação da economista, o BC deverá, de fato, prosseguir com o ciclo de cortes, uma vez que condiciona isto ao ajuste fiscal, o que deve ocorrer no âmbito da aprovação da reforma previdenciária, mas o comunicado da véspera "deixa um gato no telhado."

Em nota, economistas da corretora H.Commcor pontuavam ainda a possibilidade de um "ajuste altista do dólar contra o real em meio ao estreitamento do diferencial de juros."

O Banco Central realiza nesta quinta-feira leilão de até 11 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro, no valor de 11,5 bilhões de dólares.

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