Economia

Banco central dos EUA reduz juros pela 1ª vez desde 2008

O Fed citou preocupações sobre a economia global e inflação fraca nos Estados Unidos para justificar corte

Presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fala durante coletiva após anúncio de corte de juros. 31 de julho de 2019. REUTERS/Sarah Silbiger (Sarah Silbiger/Reuters)

Presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fala durante coletiva após anúncio de corte de juros. 31 de julho de 2019. REUTERS/Sarah Silbiger (Sarah Silbiger/Reuters)

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AFP

Publicado em 31 de julho de 2019 às 15h18.

Última atualização em 31 de julho de 2019 às 17h54.

Washington - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) cortou nesta quarta-feira (31) a sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a levando para a faixa entre 2% e 2,25%.

O corte, que já era amplamente esperado pelo mercado financeiro, foi o primeiro desde a crise financeira de 2008.

Em um comunicado ao fim de sua reunião de dois dias, o Fed disse que decidiu pelo corte "em face das implicações de desdobramentos globais para a perspectiva econômica, bem como pressões inflacionárias fracas."

O Fed também apontou que continua a ver o mercado de trabalho como "forte" e acrescentou que os gastos da família "ganharam ritmo", mas destacou que o gasto empresarial estava morno.

Na coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que este era um "ajuste de meio de ciclo", sinalizando que novos cortes não eram garantidos.

Isso levou a uma reação negativa do mercado; o dólar foi de R$ 3,75 a R$ 3,80 em pouco mais de uma hora.

O banco central americano também anunciou que irá parar de enxugar sua carteira de títulos a partir de 1º de agosto, dois meses antes do previsto.

Com isso, será encerrada mais cedo a política conhecida como “quantitative tightening" (QT), que consiste na compra de dívida pública e privada pelo Fed e que foi uma das armas do banco para reaquecer a economia diante da crise de 2008.

Controvérsia

A decisão não foi unânime, com os presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e de Kansas City, Esther George, defendendo a manutenção da taxa de juros.

Ambos levantaram dúvidas sobre um corte de juros diante da atual expansão, de uma taxa de desemprego que está perto da mínima de 50 anos e de gastos robustos das famílias.

Por outro lado, o presidente norte-americano, Donald Trump, deve ficar decepcionado que o Fed não entregou o grande corte de juros que ele havia exigido.

Trump tem repetidamente criticado o banco central e o chairman Jerome Powell por não fazerem o bastante para ajudar os esforços de seu governo para impulsionar o crescimento econômico.

Nas últimas semanas, Powell e outras autoridades do Fed optaram por ficar no meio-termo, sinalizando riscos como a contínua incerteza no front comercial global, inflação baixa e um enfraquecimento da economia global, mas repetindo a visão de que os EUA estão fundamentalmente em um bom lugar.

O Fed disse hoje que continuará a monitorar como as informações que forem chegando afetarão a economia, acrescentando que "agirá conforme apropriado para sustentar" a expansão econômica recorde nos Estados Unidos.

A continuidade de um crescimento e um mercado de trabalho forte seguem sendo os desfechos mais prováveis, disse o Fed.

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