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Dólar sobe ante real, de olho em pesquisas eleitorais

Também começavam a circular nas mesas de câmbio dúvidas sobre a rolagem dos swaps cambiais que vencem no mês que vem


	Às 12h50, a moeda norte-americana subia 0,10 por cento, a 2,2456 reais na venda, após chegar a 2,2335 reais na mínima da sessão
 (Bay Ismoyo/AFP)

Às 12h50, a moeda norte-americana subia 0,10 por cento, a 2,2456 reais na venda, após chegar a 2,2335 reais na mínima da sessão (Bay Ismoyo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 13h10.

O dólar anulou a queda e passou a exibir leve alta ante o real nesta sexta-feira, descolando-se do exterior, com investidores comprando dólares para se proteger da possibilidade de as próximas pesquisas eleitorais confirmarem a tendência de recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT).

Também começavam a circular nas mesas de câmbio dúvidas sobre a rolagem dos swaps cambiais que vencem no mês que vem.

Às 12h50, a moeda norte-americana subia 0,10 por cento, a 2,2456 reais na venda, após chegar a 2,2335 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 180 milhões de dólares.

"A volatilidade tem crescido à medida que a gente se aproxima das eleições. Esse movimento de hoje é uma extensão dessa tendência, acirrado pelo fato de que já temos mais pesquisas na semana que vem", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros.

A ex-senadora Marina Silva (PSB) tem aparecido como favorita em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT), e a perspectiva de vitória da candidata da oposição tem animando o mercado, que critica firmemente a condução da política econômica do atual governo.

Contudo, as mais recentes pesquisas Ibope e Datafolha mostraram redução na distância entre as duas candidatas, e agora os investidores aguardam os próximos levantamentos para confirmar ou não a tendência de disputa mais acirrada em segundo turno. Novos levantamentos do Ibope e Datafolha estão previstos para serem divulgados a partir de terça-feira.

Durante quase toda a manhã, o dólar operou em queda ante o real, após dados mostrarem que a economia dos Estados Unidos gerou menos vagas de trabalho do que o esperado em agosto, sugerindo que o banco central do país pode demorar para elevar os juros.

"A melhora no mercado de trabalho poderia ser inflacionária.

Como ela não se confirmou, há menos pressão para o Fed aumentar juros", explicou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano.

Os EUA criaram 142 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, ritmo mais lento em oito meses. Economistas projetavam geração de 225 mil vagas no período.

Além disso, o mercado se pergunta sobre a rolagem do equivalente a 6,677 bilhões de dólares em swaps cambiais, correspondentes a venda futura de dólares, que vencem em 1º de outubro. Isso porque o Banco Central brasileiro até agora não anunciou o início da rolagem do lote.

"Há uma dúvida no mercado porque parece uma sinalização de que ele está confortável com o dólar nesse patamar mais baixo.

Mas como o lote do mês que vem é menor, também é normal que demore um pouco mais (para anunciar). A postura do mercado, por enquanto, é de esperar para ver", disse um operador de um importante banco nacional que não quis ser identificado.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps na sua intervenção diária no mercado de câmbio. Foram 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 1º de setembro, com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.

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